Um estudo da Analysis Group comparou as possibilidades de evolução do metaverso – tecnologia que proporciona sensação de realidade em interações e espaços virtuais com a evolução da tecnologia móvel, como o telefone celular, para verificar as possibilidades de contribuição dessa inovação com o Produto Interno Bruto (PIB) global. Em termos de taxa de adoção pelos usuários e impacto na economia, se adotada em 2022, o metaverso poderá contribuir com US$ 3 trilhões em 2031.
O estudo foi financiado pela Meta, empresa de Mark Zuckerberg e que detém o Facebook, Instagram e WhatsApp. A companhia foi rebatizada para o novo nome no final de outubro de 2021, já com a intenção de apostar no metaverso como negócio principal. O anúncio causou alvoroço no mercado e chamou a atenção de grandes marcas que buscam a tecnologia como mais um canal para investir em publicidade.
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Se forem consideradas tecnologias inovadoras, o metaverso, mesmo com todas as projeções de crescimento e participação no mercado global, é apenas um exemplo de tecnologias que utilizam a chamada Realidade Mista (RM), que mistura aspectos de Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (RA), com possibilidades de uso para além de entretenimento e marketing.
O engenheiro de Comunicações e gerente de Projetos, Allan Danny Monteiro das Chagas, explica que a tecnologia pode ser usada em áreas como educação, saúde, na indústria e no desenvolvimento de jogos. Neste caso, a Realidade Mista tem grande colaboração de um dos aspectos do metaverso, que é a possibilidade de interação social.
“Os exemplos de Realidade Mista em jogos são múltiplos e a tecnologia traz muitos benefícios para esse campo. Um deles é trazer um aspecto social aos jogos virtuais. Outro grande fator que potencializa o crescimento do mercado de RM é a ascensão do metaverso e a disponibilidade de redes 5G”, explica.
Ele acrescenta que com o investimento de gigantes da tecnologia na otimização de hardware, plataformas e usabilidade, para garantir maior acesso, o uso de Realidade Mista pode dar um salto. “Ainda é uma tecnologia de uso restrito, custos elevados, porém em um futuro não muito distante, devemos ter essa tecnologia mais acessível, potencializando o crescimento de um ecossistema único”, aposta o profissional.
A possibilidade de uso na gamificação pode fazer da Realidade Mista uma aliada no setor da Saúde, destaca Allan Chagas. “Profissionais podem visualizar e compartilhar registros e dados de pacientes de uma forma mais imersiva através de infográficos interativos. Também é possível a elaboração de sessões de fisioterapia com aspectos gamificados e acompanhamento automático, dentre outras inúmeras aplicações”.
Na educação, segundo o profissional, as experiências com o uso de Realidade Mista podem ajudar os alunos a aprender enquanto interagem com objetos virtuais. Chagas explica que o aprendizado pode ser potencializado, com os professores podendo ensinar de forma remota com o uso de hologramas e modelos em terceira dimensão.
Possibilidades de uso da RA na indústria são promissoras
Outra área que vem sendo beneficiada com a aplicação de Realidade Mista é a indústria. O engenheiro de Comunicações explica que uma das possibilidades de uso da tecnologia é a criação de plataformas de treinamento de equipes
“Todos os setores podem se beneficiar da utilização de ferramentas de Realidade Mista no treinamento de funcionários e/ou na geração de inovação. Nas áreas de engenharia, dispositivos de Realidade Mista podem dar aos engenheiros a possibilidade de trabalhar remotamente, fazer modelagem 3D antes que qualquer despesa seja gasta em mão de obra e materiais, por exemplo”, diz Allan Chagas, que tem mais de 20 anos de experiência na área.
Ele acrescenta que, ainda em relação aos treinamentos, o uso de tecnologias imersivas, como as proporcionadas por RA, podem capturar mais facilmente a atenção de funcionários e colaboradores para o conteúdo que está sendo repassado. “A utilização desse tipo de tecnologia potencializa o engajamento e absorção do conhecimento”, comenta, acrescentando que o uso na indústria também passa pelo desenvolvimento de simuladores e modelos 3D para layouts fabris, sistemas de manutenção com assistência remota e guias de montagens utilizando visão computacional.
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