Na região de Campinas, a demanda por profissionais qualificados para atuarem nas empresas de tecnologia foi o ponto de partida para empreendedores criarem um novo negócio. A empresa, especializada no serviço de recursos humanos para as techs e startups, também inovou a partir de um novo profissional: o tech recruiter.
O Tudo Inovação já mostrou como as empresas de base tecnológica abrangem praticamente todos os segmentos: alimentação (foodtech), saúde (healthtech), finanças (fintechs), entre outras. Já o tech recruiter é o profissional que seleciona os candidatos com habilidades técnicas para as vagas de empresas de inovação. Não viu? confira aqui a primeira temporada do Tudo Inovação!
Segundo Douglas Rufino, head da área de recrutamento e seleção da Share RH, recrutadores voltados para a busca deste perfil profissional são raros.
“É uma carreira com escassez de profissionais, mas muito promissora. O objetivo da empresa é ter um pull de pessoas preparadas para realizar o recrutamento, porque o mercado da inovação está bastante aquecido”.
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Douglas explica que a empresa tem um hub de soluções para a área de recursos humanos especificamente voltado para as empresas de tecnologia.
“A tecnologia exige um perfil profissional bastante diferente. E da parte dos recrutadores, habilidades especializadas. Existe uma nomenclatura, uma linguagem técnica. O recrutador precisa entender a linguagem tecnológica para extrair do candidato o melhor que ele pode dar e também para que o candidato compreenda bem a vaga e as especificidades do trabalho. É claro que não vamos desenvolver a tecnologia, mas precisamos entender minimamente para abordar de forma correta aquele profissional, para aquela vaga em específico. E nós então fazemos essa ponte entre o mercado de trabalho e o profissional, com recrutamento em diversas áreas, até para a área financeira e para o marketing, por exemplo. Dentro do RH, nós fazemos a seleção de acordo com os perfis que melhor atendem àquela vaga”.
Qualificação
Há cerca de dois anos a empresa também realiza cursos de qualificação para formar novos tech recruiters. São mais de 400 profissionais formados desde a primeira turma. Todos profissionais da área de recursos humanos. O curso está em sua 13ª turma.
A psicóloga, Juliana Fattori, de Itatiba, foi aluna da primeira turma do curso de formação e acabou sendo contratada pela empresa que desenvolveu o curso. Ela trabalhou durante 8 anos em recursos humanos antes de tornar-se tech recruiter.
Juliana foi recrutadora na área de varejo, de franquia automotiva, entre outras. Ela conta que passou por diferentes momentos na carreira, mas que a área da tecnologia transformou sua experiência profissional. Atualmente ela está diante do 3º desafio assumido dentro da empresa em cerca de dois anos.
Após concluir o curso de formação com a primeira turma, Juliana foi convidada para assumir o cargo de tech recruiter. Depois transformou-se em líder de projeto e agora é coordenadora de business partner. Hoje ela é responsável pela seleção dos alunos inscritos no curso e, consequentemente, por sua formação.
“Eu decidi fazer o curso em um momento difícil profissionalmente. Eu havia ficado desempregada logo no início da pandemia, em um momento ruim para o mercado de trabalho. Mas decidi investir neste curso de formação, mesmo porque já consumia o conteúdo da empresa, por meio de outros cursos. Eu só não imaginava que estava ali iniciando um novo ciclo profissional para mim. Eu me emociono com essa estória porque acabei criando uma relação com a empresa. Eu sou fruto da primeira turma e hoje coordeno o curso. E mais, eu tenho a responsabilidade de olhar a empresa como um todo”.
A alta demanda por profissionais preparados para a linguagem técnica e perfil dinâmico exigidos pelo universo tecnológico continua aquecendo a formação de novos tech recruiters.
O ex-aluno do curso de formação para recrutadores, Israel Máveric Brandão Santos, terminou o curso com a última turma e também foi contratado pela empresa. Há três meses ele compõe a equipe de tech recuiters, coordenada por Juliana.
Israel já atuava como recrutador no universo das techs, mas conta que se inscreveu no curso de formação para aprimorar seus conhecimentos. “Para nós, que atuamos com tecnologia, a busca pelo conhecimento é incansável. Então eu me inscrevi para ganhar musculatura profissional”.
Segundo Israel, o perfil do profissional que atua em empresas de base tecnológica precisa estar alinhado com os valores da inovação. “Esse é um ambiente em que a empresa ensina a pescar, e não apenas dá o peixe, como dizemos. É um ambiente de valores compartilhados. Então é preciso compreender o ecossistema e conhecer os conceitos que o envolvem. Para nós, recrutadores, é claro que não vamos saber de tudo, mas precisamos conhecer este ambiente. O objetivo é sermos gestores de carreira; oferecer ao mercado de trabalho profissionais com perfil alinhado às necessidades da empresa”.
E, entusiasmado com o novo desafio profissional, Israel ressalta que “o universo tecnológico pode parecer assustador, mas é apaixonante”.
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