11 de dezembro de 2024
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Abelha pode ajudar castanheira a produzir fora da Amazônia

Pesquisadores da Ufla identificam abelha que pode colaborar na frutificação da castanha-do-pará no Sul de Minas

Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas, descobriram um novo agente polinizador da castanha-do-pará. Trata-se de uma abelha que, até então, não estava envolvida no ciclo de vida da árvore. A partir dessa descoberta, há possibilidade de cultivar a castanheira Bertholletia excelsa em locais fora do seu habitat natural, a Amazônia.

“A flor da castanheira possui um capuz que cobre a estrutura de reprodução, e, para ser polinizada, ela precisa de um agente polinizador maior”, explica a engenheira florestal e agrônoma Clarissa de Moraes Sousa, que conduziu o trabalho no doutorado em Ciências Florestais.

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Segundo a engenheira, o estudo é realizado a partir de mudas produzidas de sementes coletadas no Estado do Mato Grosso em 1996. Ao todo, foram 20 anos até a frutificação e há quatro anos os professores da Escola de Ciências Agrárias (Esal/Ufla) realizam as pesquisas.

Como a castanheira é uma árvore de grande porte, os pesquisadores tiveram que instalar uma plataforma de 18 metros de altura para registrar os insetos polinizadores.
 
 
 
 

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Para identificar as espécies que se aproximaram das flores da castanheira, os estudiosos contaram com a ajuda de especialistas do Departamento de Entomologia e do Laboratório de Bionomia, Biogeografia e Sistemática de Inseto da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

De acordo com Clarissa, seis espécies se aproximaram das flores. Três delas são espécies visitantes (não polinizadoras) e outras duas são agentes polinizadores. A descoberta se deu com as abelhas da espécie Centris lutea, que ainda não havia sido identificada.

“Ter esses insetos é a garantia de que teremos os frutos da castanheira, já que ela é altamente dependente dessas abelhas. Nas áreas em que forem implantar o cultivo dessa árvore é necessário verificar se há a existência dessas abelhas, que também polinizam outras espécies, ou atraí-las com outras frutíferas, como o maracujá e a acerola”, explica Clarissa.

CASTANHA-DO-PARÁ

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Um dos pesquisadores da Ufla, o professor Lucas Amaral de Melo, revela que a literatura científica atual diz ser impossível que a castanheira frutifique fora de seu habitat natural. “Com a descoberta, abre-se uma grande possibilidade para o cultivo fora da região amazônica“, diz.

De acordo com Melo, os dados preliminares levantados durante a pesquisa demonstram que o comportamento da castanheira no Sul de Minas é parecido com o da região de origem.

“Do ponto de vista da produção comercial é interessante, pois permite produzir frutos durante a entressafra da região amazônica e, consequentemente, disponibilizar mais amêndoas durante maior parte do ano, com um retorno econômico melhor”, avalia.

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