O dia 28/06 foi marcado por atividades em diversos lugares em comemoração ao dia do Orgulho LGBTQIA+. Em Poços de Caldas, entrou em votação em primeiro turno o Projeto de Lei nº 145/2021, de autoria do vereador Diney Lenon de Paulo (PT), que tratava da adoção e utilização do nome social por parte de pessoas travestis e transexuais no âmbito da Administração Pública direta, autárquica e fundacional. Com oito votos contrários, o PL foi rejeitado e seguiu para arquivamento.
Já a Câmara Municipal de Pouso Alegre realizou uma roda de conversa para tratar do tema, contando com a presença de membros da comunidade. Apesar da iniciativa, em fala no Plenário da Câmara, o presidente da Casa, vereador reverendo Dionísio Ailton Pereira (UB), relatou ter sido questionado por cidadão por ter recebido representantes da causa.
Segundo ele, o referido popular fez o seguinte questionamento: “Nossa, o senhor não está fazendo feio? Não pode fazer isso, o senhor não pode atender esse tipo de pessoa”, que recebeu a resposta: “Eles não são cidadãos? Elas não são cidadãs?”, pondo fim à discussão.
Minas Gerais é o terceiro estado que mais mata LGBTQIA+ no Brasil
Levantamento divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) aponta que o estado de Minas Gerais é o terceiro com maior número de casos de morte de LGBTQIA+ no Brasil, com um aumento de 42% em relação ao ano anterior. Minas Gerais passou de 19 óbitos para 27, ficando atrás apenas de São Paulo (42) e da Bahia (32).
Para os pesquisadores, o número é preocupante, visto que os dados se baseiam em notícias publicadas nos meios de comunicação, sendo coletados e analisados pelo GGB, com o apoio da Aliança Nacional LGBTI+, já que não há números oficiais por parte das esferas governamentais.
“O aumento dessa média é por uma série de questões: pessoas estão denunciando mais, a imprensa tem dado espaço maior no noticiário aos casos, e estamos nos organizando em todos os Estados brasileiros”, diz Toni Reis, diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI+.
Em todo o país, 300 LGBTQIA+ sofreram morte violenta em 2021, o que representa um aumento de 8%, sendo 276 homicídios (92%) e 24 suicídios (8%). Com isso, o Brasil continua sendo o país em que mais LGBTQIA+ são assassinados no mundo, registrando uma morte a cada 29 horas.