Marcada por conflitos nos últimos 75 anos, a relação entre China e Taiwan é hostil, com desentendimentos que remontam a década de 1940. Com mais uma tensão entre os países tomando conta dos noticiários nesta quarta-feira (2), muitas pessoas passaram a se perguntar sobre a relação entre as nações e como a China considera a sua ilha vizinha. Veja mais:
Como a China considera Taiwan?
Embora Taiwan tenha seu próprio governo, leis e organização política, a China considera o local como uma “ilha rebelde”, mas que faz parte de seu território. Isso se deve ao fato de, depois da Revolução Comunista Chinesa, os membros do Partido Nacionalista da China, que foram derrubados do poder, terem se mudado para a Ilha Formosa, que pertencia ao território chinês, e lá fundaram o país que hoje conhecemos como Taiwan.
Com isso, a China mantém uma política conhecida como “Uma Só China”, que diz que só há uma China no mundo e que a Ilha Formosa é uma parte inseparável do território chinês. Essa denominação existe pois Taiwan também se denomina como a “verdadeira China”, já que representa o antigo governo que foi deposto pela revolução em 1949.
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Quem reconhece Taiwan como país?
Mesmo que em teoria exista desde 1949, o reconhecimento de Taiwan como um estado soberano é muito limitado. Isso se deve ao fato de o governo da China exigir que, para manter relações diplomáticas com o país, é necessário romper qualquer laço com Taipé. Desse modo, apenas 11 países, além da Santa Sé, reconhecem a soberania de Taiwan. Confira:
- Belize;
- Eswatini;
- Guatemala;
- Haiti;
- Ilhas Marshall;
- Palau;
- Paraguai;
- Santa Lúcia;
- São Cristóvão e Nevis;
- São Vicente e Granadinas;
- Tuvalu;
- Vaticano (Santa Sé)
Contudo, muitos países mantém relações extraoficiais com Taiwan, sejam laços comerciais, culturais ou militares. Um exemplo disso são os Estados Unidos que, embora não reconheçam a soberania do país, assumem o compromisso de ajudar na defesa da ilha de possíveis invasões.
O que está acontecendo entre a China e Taiwan?
Nesta quarta-feira (2), a China realizou exercícios militares no mar próximo a Taiwan que envolveram ataques com fogo real, o que surpreendeu os taiwaneses. De acordo com o coronel Shi Yi, do exército chinês, as atividades tiveram como objetivo “testar a capacidade das tropas em bloqueio e controle conjuntos e ataques de precisão com alvos-chave”. Veja o que ele disse sobre o resultado dos testes:
“Os exercícios envolveram ataques de precisão em alvos simulados, como portos e instalações de energia importantes, e alcançaram os resultados pretendidos”, concluiu o militar.
Esses ataques aconteceram poucos dias após o chefe de defesa dos Estados Unidos, um dos maiores aliados de Taiwan, ter prometido “conter a agressão da China” contra a nação insular. Em resposta, os chineses disseram que os exercícios foram um “aviso severo” e que a simulação foi uma “ação legítima e necessária”.
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