Na última semana, mais de 20 alunas do Colégio Santo Agostinho, tradicional instituição do Rio de Janeiro, tiveram nudes falsas criadas por colegas de classe, que usaram aplicativos de inteligência artificial para inserir seus rostos em corpos nus. As imagens das meninas que têm idades entre 14 e 16 anos foram espalhadas pela escola e pelas redes sociais.
Também conhecida como “Deep nude”, a prática de nudes falsas está se tornando cada vez mais comum e, uma vez que esse tipo de material pode ser criado a partir de qualquer foto divulgada na internet, não há muito o que se possa fazer para evitar ser vítima desse tipo de exposição.
O principal cuidado a ser tomado é o de manter perfis privados nas redes sociais. Porém, ainda assim não existe uma garantia de que um registro não se torne material para esse tipo de montagem.
Em entrevista ao site Universa, a advogada Andressa Cardoso, especialista em violência doméstica e direito das mulheres, explicou que, quando uma pessoa é vítima de nude falso, o recomendado é colher o máximo de provas possíveis, por meio de prints e URL da página onde as imagens foram publicadas.
A partir daí, a vítima deve procurar uma delegacia que investigue crimes cibernéticos ou que seja especializada na defesa da mulher.
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PERIGOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O uso de inteligência artificial para práticas criminosas tem sido motivo de preocupação de vários países. Na quarta-feira (1º), o Reino Unido recebeu a primeira cúpula internacional sobre inteligência artificial, onde 28 países assinaram a Declaração de Bletchley que busca o desenvolvimento “seguro” deste tipo de tecnologia.
O documento que tem o Brasil, os Estados Unidos, a China e a União Europeia entre seus signatários, chama atenção para “a necessidade urgente de compreender e administrar coletivamente os riscos potenciais” da inteligência artificial.
CASO NO RIO DE JANEIRO
As imagens que foram divulgadas pelos alunos do Colégio Santo Agostinho estão sendo investigadas pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, “Todos os envolvidos estão sendo chamados para serem ouvidos na especializada”.
Em nota assinada pelo Frei Nicolás Luis Caballero Peralta, diretor do Colégio Santo Agostinho, a instituição afirmou que tomará as medidas disciplinares cabíveis contra os envolvidos.
“O Colégio Santo Agostinho soube dos episódios que muito nos assustam e decepcionam, envolvendo nossos alunos em imagens montadas com inteligência artificial. Lamentamos constatar que essa ferramenta criada para solucionar problemas e apoiar a vida moderna ainda não tem seu fim utilizado de maneira correta”, declarou.
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