13 de dezembro de 2024
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Em Itajubá, projeto ajuda a construir fossas ecológicas

Parceria entre Emater-MG e Unifei prevê descarte correto de esgoto na zona rural; projeto está alinhado a ODS da ONU

Em Itajubá, no Sul de Minas, uma parceria entre a Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais) e Unifei (Universidade Federal de Itajubá) está sendo feita em projeto-piloto de sustentabilidade para implantação de saneamento básico em uma propriedade rural.

O objetivo do projeto é o descarte correto das águas usadas nas moradias rurais, originárias de banheiros, cozinhas e tanques de lavar roupas através da construção de fossas ecológicas. A propriedade escolhida para o projeto-piloto pertence a agricultores familiares que há 40 anos despejavam o esgoto do vaso sanitário no ribeirão José Pereira que corta o bairro que abriga a Unifei. O córrego deságua no Rio Sapucaí, manancial que banha e abastece cidades da região.

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O projeto de tratamento adequado da água do vaso sanitário foi implantado há cinco meses e a família se diz aliviada por não poluir mais o ribeirão. Agora, os agricultores também iniciaram a construção do sistema de tratamento para as águas cinzas, provenientes de pias, tanques e chuveiros, utilizando o círculo de bananeiras como alternativa para o tratamento desses efluentes.

TEVAP

A tecnologia usada na construção dessas fossas ecológicas é também conhecida como Tanque de Evapotranspiração (Tevap). Sua instalação conta com a orientação técnica da Emater-MG. O extensionista agropecuário do escritório local da empresa, Augusto César da Silva, explica que é um sistema de tratamento e reaproveitamento dos nutrientes dos resíduos do vaso sanitário para o plantio, por exemplo, de bananeiras, na área que cobre o tanque.

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“É um sistema fechado, onde não há saída de água. Nele ocorre a decomposição anaeróbica da matéria orgânica, mineralização e absorção dos nutrientes e da água pelas raízes dos vegetais. Os nutrientes deixam o sistema incorporando-se à biomassa da planta e a água é eliminada por evapotranspiração. Não há escoamento. Dessa forma, não polui o solo e não deixa nenhum microrganismo patógeno sair”, explica Augusto.

Ainda segundo o técnico, o Tevap é considerado bastante eficiente para a agricultura familiar, pela durabilidade, fácil construção, baixa manutenção, baixo custo e benefícios sociais e ambientais incalculáveis. “É muito viável para a agricultura familiar, por evitar danos ambientais causados pela disposição incorreta dos efluentes, preserva a saúde da população e a qualidade dos recursos hídricos e solos”, afirma.

Sobre os custos, Augusto César diz que a obra pode ser feita com o reaproveitamento de materiais como pneus, restos de obras e pedras. “Aqui na região, o custo pode variar de R$ 1,2 mil a R$ 2,5 mil, conforme os materiais utilizados e a mão de obra disponível”, ressalta. Conheço Tevap com mais de 20 anos em perfeito estado de funcionamento, mas algumas literaturas citam vida útil de até 30 anos”, assegura.

TECNOLOGIA SOCIAL

Considerada uma tecnologia social, o Tevap é objeto de estudo do projeto “Time Enactus Unifei Itajubá”, que envolve um grupo de 22 estudantes de variadas disciplinas da instituição acadêmica. O intento envolve a participação de parceiros da esfera privada, municipal, estadual e federal.

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A proposta central é alcançar alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), como saúde e bem-estar, água potável e saneamento, além de redução das desigualdades.

A Enactus é uma organização internacional sem fins lucrativos, com sede nos Estados Unidos e presença em 37 países, dedicada a inspirar jovens universitários a melhorar o mundo, por meio da ação empreendedora sustentável e socioambiental.

Coordenador do projeto na Unifei, agrônomo, mestre em Administração pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) e doutor em Engenharia Agrícola pela Unicamp, o professor Luiz Eugênio Pasin explica que para os estudantes esse é um projeto que permite promover o comportamento empreendedor, estimulando-os a desenvolver soluções criativas e inovadoras, mediante a atividade de extensão.

Sobre a parceria entre Emater-MG e Unifei, Pasin ressalta a experiência da empresa mineira de extensão rural e sua capilaridade que permite alcançar e atender comunidades rurais. “A Emater-MG apresenta expertise no desenvolvimento do trabalho com a tecnologia social que envolve o Tevap. E expertise no desenvolvimento de atividades de extensão rural.”

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