O mês de junho registrou o maior número de queimadas para o mês na Amazônia nos últimos 16 anos. Ao todo, foram 3.075 focos de incêndio na Floresta Amazônica, de acordo com os dados revelados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em 2022, foram 2.562.
No primeiro semestre deste ano, também houve um aumento em relação ao mesmo período do ano passado: 8.344 registros em comparação com 7.533, o que representa um crescimento de 10% no bioma.
O levantamento também mostrou, em 2022, um crescimento no número de queimadas em relação ao primeiro semestre do ano anterior, de 17%. Dessa forma, apesar da nova alta, a escalada dos focos de incêndio desacelerou.
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EL NIÑO PODE TER IMPACTO NOS INCÊNDIOS?
Além do crescimento das queimadas na Amazônia no mês de junho, a previsão dos especialistas é que este número cresça ainda mais por conta do fenômeno El Niño. Recentemente, a NOAA (Administração Nacional de Atmosferas e Oceanos) já havia emitido um alerta que indicava a formação do fenômeno climático.
Caracterizado pelo aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico na região do Equador, o El Niño causa a interrupção dos padrões de circulação das correntes marítimas e massas de ar. A consequência dessa ação para a Amazônia é a seca, o que favorece o aumento do número de incêndios.
POSIÇÃO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, esse aumento nos focos de incêndios no mês de junho na Amazônia é resultado do acúmulo de material orgânico derrubado no ano passado, seco e que agora encontra as condições climáticas favoráveis ao fogo.
Entre agosto e dezembro de 2022, os focos de desmatamento na floresta aumentaram 54% em relação ao ano anterior, disse a pasta. Essa derrubada de árvores acaba deixando material combustível para as queimadas.
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