11 de dezembro de 2024
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Homem é vítima injúria racial em farmácia de Pouso Alegre

Atendente de farmácia, que acusou vítima de furto, foi detido pela polícia. Ele foi ouvido e solto

Um homem negro foi vítima de injúria racial em uma farmácia de Pouso Alegre (MG) na última segunda-feira (13). O atendente de uma farmácia acusou a vítima de furto e quase a agrediu, as cenas foram gravadas pela esposa do cliente. O atendente foi detido pela Polícia Militar.

O caso aconteceu quando o homem e a esposa realizavam uma compra na farmácia, que fica no bairro São Carlos. Edinaldo Ananias dos Santos, que trabalha como encarregado de obras, conta da violência que sofreu.

“A gente passou na farmácia, ela olhou o sabonete, viu as composições e perguntou para ele se havia algum sem essência. Ele disse que todos tinham, que não teria só o sabonete. Nisso ela se direcionou ao caixa e quando ela foi ao caixa eu me afastei, para não tumultuar a fila, pois tinha de seis a oito pessoas. Ele ficou me olhando. Eu fiquei quieto, não falei nada, continuei conversando com ela. Quando fomos nos retirar da loja, ele se direcionou a mim com um pergunta: o senhor está se retirando da loja com algum produto sem pagar?. Eu falei que não, pois não preciso. Eu disse: você está me acusando por ser preto ou porque só tem a gente de preto dentro da loja?”, contou. 

A esposa de Edinaldo, a pedagoga Cristiane Gomes Braz, foi quem acionou a polícia. Ela disse que nunca imaginou tamanha violência contra um familiar. “Até então a gente pensa que só vai acontecer com o outro, ai é fácil olhar do outro lado da tela, do outro lado do muro”, disse.

A vítima pede conscientização sobre o racismo. “O sentimento que a gente fica é de como se a gente não fosse um ser humano como todos os outros, sendo que a gente é. Peço que as pessoas se conscientizem a não fazer julgamentos e mais ainda pelo racismo, que ainda existe no Brasil”, falou. 

 

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O atendente foi denunciado por injúria racial, ele foi ouvido e liberado pela polícia, Edinaldo pretende processar o autor do crime. “A gente já está com uma junta de advogado correndo atrás disso, vamos seguir com o processo para que esse racismo possa ser pago. Para que o povo entenda que o crime de racismo é crime”, disse Edinaldo.

Por meio de nota, a farmácia envolvida no caso informou que o atendente responsável pelas agressões não faz mais parte do quadro de funcionários da empresa e repudiou o fato.

“A Pague Menos repudia todo e qualquer ato de violência, discriminação, ação ou omissão que motive um tratamento diferenciado a qualquer pessoa ou grupo de pessoas, em razão da sua etnia, cor, sexo, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, ou outro tipo de diversidade. A empresa reforça que o respeito às pessoas e à diversidade faz parte dos seus valores e está em linha com o seu compromisso junto à sociedade e seus clientes, estando esse discurso presente, inclusive, no Código de Conduta Ética da companhia e em seu Manifesto de Diversidade e Inclusão amplamente divulgados e comunicados a todos os colaboradores e líderes. A Pague Menos informa ainda que está contribuindo com a justiça em relação à apuração do caso e que o profissional não faz mais parte do seu quadro de colaboradores”, disse a nota. 

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