O HCI (Hospital das Clínicas de Itajubá), está sendo investigado pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) por possível irregularidade no contrato de patrocínio com o clube de futebol Fluminense, firmado em setembro de 2022 e renovado em janeiro de 2023 com validade até o fim deste ano.
Em uma ação civil pública apresentada pelo MP à Justiça, em que pedia que o HCI contratasse novos médicos para o setor de pediatria da unidade, trazia ainda a informação referente ao patrocínio.
O inquérito foi instaurado pelo MPMG no final do mês de janeiro. Até o momento, “como medida adotada no âmbito do procedimento, foram solicitados documentos para análise do referido contrato”.
Sobre as possíveis irregularidades, o MP disse que “não há como informar, porque eventuais irregularidades serão apuradas com a análise dos documentos requisitados”.
Segundo informações, se somados os valores do primeiro contrato e da renovação, o investimento foi de mais de R$1,4 milhão. Esses valores não foram divulgados pelo HCI e pelo clube, porém, conforme a ação civil do MP, o valor pago ao Fluminense foi de R$400 mil no contrato inicial e R$1.052.631,60 na renovação.
O patrocínio está disposto na parte frontal do calção de jogo do time profissional masculino de futebol. A unidade hospitalar também é patrocinadora da equipe de vôlei. O vínculo vai até abril, quando termina a Superliga feminina da modalidade.
Por meio do Globo Esporte, a redação entrou em contato com o HCI para um posicionamento, entretanto, a assessoria de imprensa disse que não irá se “posicionar sobre um assunto de primeira instância que foi citado indevidamente pela autoridade”.
Também foi feito contato com a assessoria jurídica do Fluminense, mas não houve retorno até o fechamento desta reportagem.
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RELEMBRE O CASO
Em 18 de setembro de 2022, o Hospital de Clínicas de Itajubá divulgou o contrato de patrocínio firmado com o time carioca Fluminense. A instituição assinou contrato com o clube para estampar sua marca nos uniformes do futebol profissional, na parte da frente dos shorts, e do vôlei, na barra inferior da camisa.
O assunto gerou polêmica na cidade. Na página da instituição na rede social Facebook, muitas pessoas questionaram a iniciativa, com reclamações sobre os atendimentos referentes ao pronto-atendimento da instituição. Por conta das manifestações contrárias, na sessão ordinária do dia 19 de setembro, o presidente da Câmara de Itajubá, vereador Robson Vaz (PSDB), afirmou que iria protocolar requerimento com pedido de informações sobre como o patrocínio seria pago ao clube.
“Muitas pessoas me procuraram e me questionaram sobre a instituição ser filantrópica, receber recursos públicos e estar patrocinando um time de futebol. Os maiores questionamentos são: fonte dos recursos vindos para o Fluminense, para não haver dúvidas da origem do dinheiro e qual o interesse público nesse incentivo ao esporte”, explicou o presidente da casa.
Na ocasião, o Diretor Executivo do hospital, Dr. Rodolfo Souza Cardoso, falou da importância de ter a marca divulgada por um gigante do futebol. “Para a divulgação da marca HCI, nada melhor do que nos tornarmos parceiros de um gigante do esporte nacional chamado Fluminense Football Club, que presta serviços na educação, inclusão social e desenvolvimento da saúde. Afinal, esporte é saúde”, disse
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