No último fim de semana, a Igreja Bola de Neve em Balneário Camboriú (SC) virou alvo de acusações de ex-fiéis. Diversos antigos integrantes da congregação usaram suas redes sociais para apontar irregularidades e suspeitas a respeito da instituição e um instituto voltado a mulheres vítimas de violência.
O que aconteceu na Igreja Bola de Neve Balneário Camboriú?
Segundo as acusações, a Bola de Neve Balneário Camboriú estaria envolvida no desvio de recursos de doações feitas por fiéis ao IPE (Instituto para Empreendedora), uma organização ligada à congregação. De acordo com os relatos dos denunciantes, o dinheiro teria sido usado em benefício dos pastores Ana Lúcia Paixão e Natanael Nunes. Além disso, a igreja também teria praticado crimes trabalhistas ao explorar trabalhadores que atuariam nas cantinas do IPE de forma voluntária.
“As pessoas que doaram R$15.000, R$10.000, R$5.000 começaram a nos procurar denunciando que foram enganadas pelos pastores”, disse Marcio Bieda Junior, um dos ex-membros.
Uma extensão do projeto Casa das Anas da Igreja Bola de Neve, o IPE é um abrigo para mulheres que foram vítimas de violência. Ele seria mantido com verbas públicas da prefeitura de Balneário Camboriú e dirigido pela pastora Ana Lúcia.
Entretanto, as denúncias afirmam que os recursos destinados ao instituto teriam sido usados na montagem de um salão de beleza para os filhos dos pastores, o Ipê Beauty, ao invés de ser destinado ao acolhimentos das mulheres.
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Pronunciamento da Bola de Neve
Em seu perfil oficial no Instagram, a Bola de Neve publicou uma nota de esclarecimento em nome de Ana e Natanael, nesta quarta-feira (22). No texto, os pastores afirmam que o instituto “nunca chegou a acontecer” por falta de “recursos financeiros necessários”. Por isso, eles teriam apenas se dedicado a “ações sociais pontuais”. Veja o comunicado na íntegra:
“Esclarecemos aos devidos fins que servimos como Pastores da Igreja Bola de Neve em Balneário Camboriú há mais de 20 anos e, como interessados em projetos de impacto social positivo, atuamos em algumas frentes no nosso município que não são da Igreja Bola de Neve e nem possuem relação nenhuma com o ministério.
Infelizmente, o Instituto Ipê nunca chegou a acontecer, não conseguimos os recursos financeiros necessários para viabilizar os trabalhos. Assim, apenas de forma simples e com ações sociais pontuais, avançamos para treinar e auxiliar mulheres da nossa comunidade.
Nunca tivemos retiradas financeiras do Ipê. Pelo contrário, sempre doamos a nossa vida, tempo e muito amor para que ele avançasse.
Embora o Ipê não tenha chegado a nascer perante a lei (enquanto associação formalmente constituída), segue vivo, sob nova direção e engatinhando na casa da rua 1401.
Isso só foi possível porque oferecemos nossos nomes para viabilizar as atividades e, se não fosse assim, a obra pereceria diante da burocracia.
Nada do que foi doado jamais nos pertenceu: segue sendo cuidado por profissionais dedicadas, à espera de outros chamados a transformar aquele espaço em um lugar de edificação material e espiritual de nossas mulheres.
Aconteceu o mesmo com a lojinha e cantina da igreja local. Com o nosso consentimento e disposição, antes mesmo das atuais direções administrativas do ministério sobre o assunto, criamos um CNPJ para permitir que a obra tomasse forma. É fato que, depois, deveríamos ter adequado tal situação ao que nos orienta o corpo jurídico da própria igreja. Isso tudo já está alinhado e resolvido.
Todos os projetos e ações sociais em que nos envolvemos sempre foram feitos em amor e em comunidade, junto com outros irmãos da fé. Nunca de forma forçada ou imposta nos nossos cultos da igreja local”, diz a nota.
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