Nesta segunda-feira (25), o Brasil celebra o Dia do Soldado. A data, criada em 1923 por sugestão de Eugênio Vilhena de Moraes e oficializada pelo então ministro do Exército, Setembrino de Carvalho, homenageia a atuação dos militares no país.
Embora não seja feriado nacional, a ocasião é lembrada em diversas unidades do Exército Brasileiro, que realizam eventos e atividades em comemoração. Saiba mais sobre a origem e o significado da data:
Por que 25 de agosto é o Dia do Soldado?
O Dia do Soldado, celebrado em 25 de agosto, homenageia o patrono do Exército Brasileiro, Marechal Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias. Conhecido como “O Pacificador” e “O Marechal de Ferro”, ele ganhou destaque pelas batalhas travadas no século XIX em defesa dos interesses do Brasil.
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A data também recebeu o nome de “Festa de Caxias”. O momento também passou a simbolizar o dia da formatura dos soldados.
Décadas depois, um decreto assinado pelo presidente João Goulart consolidou oficialmente o 25 de agosto como Dia do Soldado e estabeleceu Duque de Caxias como patrono do Exército Brasileiro.
Quem foi Duque de Caxias?
Duque de Caxias, nascido em 25 de agosto de 1803, filho de militares, ingressou cedo na carreira e participou de batalhas decisivas para o Brasil, como a Guerra da Cisplatina, a Balaiada, a Revolução Farroupilha e a Guerra do Paraguai. Além de militar, decidiu seguir carreira na política, liderando o Gabinete Ministerial.
Durante a Guerra do Paraguai, em 1866, assumiu o comando das tropas brasileiras. Três anos depois, ao reconhecer a derrota do Paraguai, suspendeu as ordens de caçar e aprisionar o ditador Solano López, reforçando sua imagem de conciliador.
Durante o Estado Novo (1937-1945), Caxias foi exaltado como símbolo de disciplina, autoridade e união nacional. Diversos marcos consolidaram sua memória, como a mudança de nome do ‘Forte do Vigia’ para ‘Forte Duque de Caxias’, a inauguração do Palácio Duque de Caxias, em 1949, e o traslado de seus restos mortais para o mesmo local.
Quais são as polêmicas sobre Duque de Caxias?
Apesar de ser lembrado como “O Pacificador” e patrono do Exército Brasileiro, a trajetória de Duque de Caxias é cercada de polêmicas. Sua fama de conciliador surgiu a partir da repressão a revoltas internas do Império, como a Balaiada, no Maranhão, e a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul.
Esses movimentos, marcados pela participação de camponeses pobres e escravizados, buscavam mudanças sociais e políticas, mas foram encarados como uma afronta pelas tropas comandadas por Caxias. Com isso, sua imagem se consolidou como a de um defensor da ordem imperial, em oposição às demandas populares.
Embora seja exaltado como herói nacional, Caxias esteve à frente de campanhas militares que, na prática, ajudaram a manter a estrutura escravista no país. Na Balaiada, muitos dos revoltosos eram escravizados em busca de liberdade, mas acabaram derrotados.
Sua atuação na Guerra do Paraguai também coloca em xeque seu legado. À frente do comando, Duque de Caxias teve papel importante no prolongamento do conflito, deixando milhares de mortos e devastando o país vizinho.
A construção da imagem de Caxias como herói nacional se intensificou ao longo do século XX, durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945). Nesse período, Getúlio Vargas e o Exército, transformaram Caxias em símbolo de disciplina, autoridade e união nacional, apagando aspectos negativos de sua trajetória, como a repressão a movimentos populares e sua ligação com a escravidão.
A memória de Duque de Caxias segue marcada pela dualidade: de um lado, exaltado oficialmente como patrono do Exército e exemplo de liderança militar; de outro, visto por muitos historiadores e movimentos sociais como um personagem associado à repressão e ao conservadorismo.
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