Há três anos uma voçoroca gigante avança no distrito industrial de Machado (MG). Com as chuvas das últimas semanas, o problema gera preocupação em empresários, pois no local foram construídas várias empresas na região. A cratera já está com mais seis metros de profundidade.
De acordo com doutorando em ciências ambientais pela Unifal (Universidade Federal de Alfenas), João Vítor Monteiro da Silva, o fenômeno geológico é provocado pela passagem de grandes volumes de água.
“A voçoroca é um processo avançado de erosão. A erosão se inicia pelo processo hídrico principalmente, especialmente nesse caso que nós estamos tratando. Com o passar do tempo, vão se formando sulcos e ravinas, transformando-se em voçorocas, que são esses grandes buracos na terra ou recortes”, explicou.
Quanto mais água, maior a erosão, o que pode piorar o problema. Na época que a primeira empresa chegou ao local, ainda não havia licença ambiental. O Ministério Público chegou a entrar com uma ação solicitando a paralisação das obras do distrito até o licenciamento. Hoje, Machado já tem essa documentação.
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O secretário de obras de Machado, Aryovaldo Magalhães D´Andréa Júnior, afirma que o problema veio da administração passada. Ele disse ainda que a obra da recuperação está em andamento e a cidade chegou a conseguir um financiamento de R$ 10 milhões para o início dos reparos.
“Já executamos lá quase R$ 4 milhões. Fizemos toda a obra de infraestrutura inicial, de drenagem, pavimentação, meio-fio, sarjeta, energia elétrica pro pessoal lá e não paramos em momento nenhum. Inclusive estamos projetando já o restante da obra de drenagem para contemplar o que gera hoje o dano ambiental”, disse o secretário.
O pesquisador João Vitor Monteiro explica ainda que a situação não é de fácil resolução. “Primeiro é necessário fazer um estudo de campo, levantamento de solo, do tipo de cultura que é empregada ali, o isolamento da área, se tem animais pastando é necessário isolar essa área, um estudo da vegetação de fauna e flora, a presença de indústrias também pode ser um agravante se não houver uma canalização correta. Não basta canalizar a água fluvial sem saber onde será lançada, senão podem ser novos agravantes”, conclui.
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