O consumo excessivo na infância pode causar muitos malefícios para o desenvolvimento infantil, o ambiente escolar, a família e a natureza. Por isso, é necessário e urgente proteger o direito da criança de crescer livre do estímulo consumista da sociedade contemporânea.
A cultura consumista ensina para criança que ela precisa ter muitas coisas para ser legal, para ter valor humano e/ou fazer parte dos grupos sociais, essa mensagem errada tem impacto negativo na saúde mental dos pequenos porque eles associam o ter muitas coisas ao conceito de felicidade.
A questão não é dar ou não o brinquedo ou outros bens materiais para a criança, o problema é que as empresas colocam na criança o desejo de consumo por determinados produtos, e essa prática comercial é considerada abusiva e gera impactos negativos como: o consumismo infantil, a obesidade e erotização da infância.
A publicidade mercadológica deve ser direcionada para os adultos que têm o poder de compra e não diretamente para as crianças que são hipervulneráveis. Por exemplo, uma criança de 3 ou 4 anos não sabe diferenciar um desenho que ela assiste online de um anúncio.
As crianças precisam estar seguras no ambiente digital ou offline e essa deve ser uma responsabilidade compartilhada, a defesa das crianças contra a exploração comercial deve ser uma prática do Estado, das empresas e de toda sociedade. Por isso vou trazer algumas dicas para as famílias que desejam ter mais informação e clareza sobre o consumo consciente.
LEIA TAMBÉM
Vitafor: veja quais suplementos foram proibidos pela Anvisa
Escarlatina: entenda o que é e como se prevenir da doença
Estimule o brincar livre – brincar com elementos da natureza como folhas, galhos, terra e água estimula a imaginação e autonomia da criança. Segundo a escritora e psicóloga, Susan Linn, “os melhores brinquedos são aquelas que usam 90% da criança e 10% do brinquedo.” O brincar livre na natureza proporciona desafios, resolução de problemas e diversão garantida para toda família. O que faz bem para a infância faz bem para toda a humanidade.
Incentive seu filho a construir seus brinquedos – criar seus próprios brinquedos e inventar brincadeiras estimula a inteligência e o repertório criativo da criança. Usar brinquedos não estruturados como caixas de papelão, tecidos, bastão, cordas e material de reciclagem para brincar pode ser muito interessante para promover a ideia de consumo consciente porque as crianças começam a perceber que os brinquedos não precisam ser todos comprados para fazer valer a pena a hora da diversão.
Utilize aplicativos de controle parental e Ad Blocks – é possível bloquear os anúncios indesejados utilizando bloqueadores. Para tornar a internet mais segura para os pequenos pode-se instalar um ad block que impede os anúncios indesejados. E pode-se também usar os recursos dos próprios dispositivos digitais que têm esse tipo de configuração de controle parental para restringir o acesso de conteúdo inadequado para crianças.
Seja modelo de consumo consciente – as crianças imitam o comportamento dos pais até desenvolverem sua identidade. Por isso, é muito importante os adultos terem consciência sobre seu estilo de consumo e a forma como lidam com as compras. Por isso, é sempre bom reduzir as compras e ter consciência do consumo. Fazer algumas perguntinhas antes de adquirir algum produto ou serviço pode ajudar a fazer melhores escolhas: eu posso pagar à vista essa compra? Eu realmente preciso comprar isso? Eu devo comprar? Essas respostas podem ser úteis para segurar os impulsos consumistas e a empolgação do momento.
LEIA MAIS