Depois de três anos, o Carnaval 2023 acontece com a pandemia da covid-19 mais controlada, mas especialistas em saúde não descartam um eventual aumento de casos da doença. Segundo os infectologistas, a alta em ocorrências graves e mortes é mais improvável do que nos anos anteriores. Para evitar a contaminações e agravamentos dos quadros, os foliões precisam reforçar alguns cuidados, como atualizar o esquema vacinal e evitar contato com pessoas com sintomas gripais,
“A expectativa é de que a gente não tenha uma grande repercussão (na pandemia) em relação ao Carnaval”, diz a infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Segundo ela, o boletim recente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) apontou que a maioria dos Estados segue com queda ou estabilização de casos de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Conforme o balanço, divulgado na semana passada, considerando as 27 unidades federativas, apenas Acre, Amazonas, Espírito Santo e Pernambuco apresentam crescimento na tendência de longo prazo. No período recente, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,3% para influenza A; 1,1% para influenza B; 24,8% para VSR (vírus sincicial respiratório); e 61,7% para Sars-CoV-2. A covid representa 91% dos óbitos, seguida pelo VSR, com 5%.
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“Com certeza teremos mais casos (de covid no Carnaval), mas não dá para ter certeza se teremos mais óbitos e mais pacientes internados em UTI (unidade de terapia intensiva)”, diz o infectologista Marcelo Otsuka, vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Ele afirma que esse diagnóstico ocorre principalmente por causa do avanço da vacinação no País.
Segundo Raquel, eventos como o Carnaval costumam causar preocupação, mas há alguns fatores que podem frear quadros graves no momento atual. “Quase a totalidade das pessoas presentes nas festividades de Carnaval e em aglomerações deve ter tomado possivelmente duas doses da vacina, no mínimo, e está na faixa etária de jovem adulto. São pessoas que normalmente não têm nenhuma comorbidade importante e para quem o risco de quadros graves é muito pequeno.”
TESTES
Em boletim publicado na última semana, o ITpS (Instituto Todos pela Saúde) apontou que tanto a taxa de a positividade dos testes de covid-19, que está em 15%, quanto do vírus sincicial respiratório (18%) apresentaram leve tendência de alta no início deste mês. As análises foram feitas com base em 928 mil testes realizados pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, HLAGyn e Sabin. (Com informações da Agência Estado)