Pacientes asmáticos podem praticar ioga e outros exercícios físicos como uma forma de tratamento da doença, para melhorar a função pulmonar. Uma revisão de estudos realizada por cientistas chineses da Universidade Henan, recém-publicada no Annals of Medicine, comparou o efeito de diversas práticas respiratórias em casos de asma.
Para chegar ao resultado, os autores realizaram uma metanálise de 28 pesquisas, que incluíram mais de 2.100 voluntários e abordaram várias técnicas respiratórias, desde exercícios aeróbicos até técnicas de relaxamento e ioga. A saúde pulmonar foi avaliada por meio de exames de espirometria, que mede a quantidade de ar que o paciente consegue deslocar ao inspirar e expirar.
Todos os tipos de exercícios avaliados demonstraram benefícios para a função pulmonar, sendo que a ioga e os exercícios respiratórios combinados com o treino aeróbico se destacaram.
“Estudos atuais têm demonstrado que os exercícios físicos podem melhorar o controle da asma e a função pulmonar, reduzir os episódios agudos da doença, além de beneficiar a qualidade de vida e a ansiedade”, afirma o pneumologista Ricardo Magaldi, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Segundo a fisioterapeuta Lavinia Clara Del Roio, do Grupo de Doenças Respiratórias Ocupacionais, Ambientais e de Cessação do Tabagismo do InCor (Instituto do Coração), em São Paulo, as “técnicas focadas na respiração abdominal estimulam o diafragma, principal músculo envolvido na expansão e na contração dos pulmões”. Além disso, ainda de acordo com a especialista, a ioga envolve posturas que favorecem a circulação sanguínea.
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CUIDADOS AO PRATICAR EXERCÍCIO
Antigamente, a atividade física era contraindicada para asmáticos, uma vez que se acreditava que ela poderia desencadear ou agravar os ataques. De fato, pacientes com a doença mal controlada frequentemente apresentam sintomas durante o exercício. Alguns, inclusive, manifestam o quadro apenas durante a atividade física, condição conhecida como asma induzida por exercício ou broncoespasmo induzido por exercício.
No entanto, atualmente, a atividade física é recomendada como parte da rotina para melhorar a saúde em geral e a asma. “Não há como afirmar que um exercício seja melhor que outro. É importante manter acompanhamento médico para avaliar a estabilização do quadro clínico e a resposta aos medicamentos, ou até se pode haver um quadro de asma induzida por esforço físico”, orienta Magaldi, pneumologista.
“A atividade física precisa ser feita de forma segura, levando em conta características individuais como idade, fatores ambientais e controle da doença”, complementa Del Roio.
Por isso, deve ser implementada de forma gradual e bem orientada pelo médico, considerando possíveis gatilhos para as crises, como temperatura, umidade, presença de alérgenos, bem como as medicações necessárias para o controle do quadro.
*Com informações da Agência Einstein
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