Não existe uma vacina para a febre maculosa que seja eficaz contra a doença. Na verdade, esforços em estudos têm sido feitos para encontrar um imunizante. As pesquisas são encabeçadas por cientistas da USP (Universidade de São Paulo) e a proposta é encontrar um mecanismo que seja capaz de diminuir as chances de contaminação pela bactéria presente no carrapato-estrela – o principal transmissor da doença.
Segundo a pesquisa, publicada na revista Parasites & Vectors, a resposta pode estar na aptose. Esse é um processo celular que pode ser inibido pela bactéria Rickettsia rickettsii – responsável pela doença – quando em contato com o organismo do parasita.
De acordo com os pesquisadores, a aptose favorece a proliferação da bactéria dentro do aracnídeo. Desse modo, uma vacina eficaz teria que silenciar esse processo, através de proteínas, tornando o carrapato mais resistente à R. rickettsii. Na lógica, mesmo com a picada do bicho, haveria chances baixas de contaminação por febre maculosa nas pessoas.
“Observamos que, independentemente da infecção, os carrapatos morriam ao se alimentar, destacando a importância dessa inibição para sua sobrevivência”, explica Andréa Cristina Fogaça, professora do Departamento de Parasitologia do ICB-USP e coordenadora do estudo, ao jornal O Globo.
LEIA TAMBÉM
Febre Maculosa: saiba como se prevenir da doença
Febre maculosa: aprenda a retirar o carrapato-estrela da pele
VÍTIMAS NO BRASIL
Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 160 casos foram identificados nos últimos três anos. O Ministério informou que, desses, houve uma letalidade de 28%.
Em 2023, o Brasil registrou 49 casos de febre maculosa, segundo atualização do Ministério da Saúde feita nesta terça-feira (13). Desse total, seis evoluíram para a morte do paciente. A Região Sudeste é a que concentra a maioria dos registros, com 25, sendo oito no Espírito Santo, sete em São Paulo, seis no Rio de Janeiro e quatro em Minas.
LEIA MAIS
Abono salarial: Caixa libera benefício para nascidos em setembro e outubro