Os valores de aluguéis residenciais continuaram subindo em agosto. A alta foi de 1,76% segundo os dados do IVAR (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais), divulgado pelo IBRE/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). No acumulado dos 12 meses, o índice apresenta alta de 10,41%.
O IVAR foi criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil, com informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis. Até então, a FGV coletava informações de anúncios de imóveis residenciais para locação, e não os valores efetivamente negociados.
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Quanto aos resultados das quatro capitais que integram o índice da FGV, o aluguel residencial em São Paulo passou de uma elevação de 0,82% em julho para uma alta de 1,04% em agosto. No Rio de Janeiro, o índice saiu de aumento de 0,39% para uma expansão de 1,15% no período; em Belo Horizonte, de alta 2,49% para elevação de 3,10%; e em Porto Alegre, de aumento de 1,07% para avanço de 2,63%.
No acumulado em 12 meses, os aluguéis avançaram 10,53% em São Paulo; 8,32% em Porto Alegre; 12,61% em Belo Horizonte; e 11,34% no Rio de Janeiro.
MERCADO IMOBILIÁRIO DEVE CRESCER
O mercado imobiliário deve crescer entre 4,5% e 5% em 2022, segundo uma projeção do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Trata-se de um resultado positivo, considerando que, segundo publicação do Valor Investe, a coordenadora de Projetos da Construção do instituto estimava uma expansão de apenas 3,5%.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o mercado avançou 2,7% no segundo trimestre em relação ao primeiro, a melhor performance desde o terceiro trimestre de 2021 (4,4%). Em relação ao primeiro trimestre do último ano, o crescimento foi de 9,9%. Ainda assim, o mercado está mais de 20% abaixo do pico registrado no primeiro semestre de 2014.
Para o presidente executivo do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), Ely Wertheim, o segundo semestre deve seguir turbulento. Em entrevista publicada pela Jovem Pan, ele afirmou que o mercado imobiliário não deve crescer muito na segunda metade do ano, por conta de “um ambiente macroeconômico um pouco deteriorado, considerando fatores como as eleições, Copa do Mundo de futebol e a taxa de juros alta”.
Diante disso, prossegue Ribeiro, as oportunidades no mercado imobiliário existem em qualquer cenário. Mesmo nos momentos de baixa liquidez, investidores conseguem fazer bons negócios comprando terrenos, apartamentos e outros tipos de imóveis com um bom desconto. “E. quando o mercado está aquecido, a alta liquidez permite ao investidor vender seus imóveis com uma ótima margem de lucro”.
Com efeito, o sonho da casa própria faz parte dos planos de 87% dos brasileiros, segundo uma pesquisa realizada pelo Censo de Moradia QuintoAndar, em parceria com o Instituto Datafolha. De acordo com a sondagem, os entrevistados valorizam mais a casa própria do que estabilidade financeira, religião e filhos. O estudo ouviu 3.186 pessoas acima de 21 anos em todo país em outubro de 2021.
“Depois de dois anos de euforia, o mercado imobiliário retornou a patamares saudáveis”, diz Leo Ribeiro, especialista em mercado imobiliário e fundador da Domus. “Apesar da diminuição no volume de negócios, eles continuam acontecendo, afinal o déficit habitacional no Brasil continua alto e o maior sonho das famílias ainda é ter sua casa própria”.
Wertheim também cita a alta da taxa Selic, que prejudica os financiamentos imobiliários e, quanto aos custos ao consumidor, prevê um processo inflacionário menor. O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) definiu a nova meta para a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. (LEIA A MATÉRIA COMPLETA AQUI)
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