Você já deve ter percebido que tanto a economia nacional como a mundial, funciona em ciclos. Existem os ciclos de progressão econômica, onde os negócios vão bem e o dinheiro circula; e os ciclos recessão econômica, onde os negócios vão mal e a economia perde sua força.
Esses ciclos de recessão, ou simplesmente tempos de crise, costumam deixar muita gente preocupada. E a pergunta que se repete nesses momentos é quase sempre a mesma: onde investir o dinheiro em tempos de crise?
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Antes de mais nada, é bom entendermos que em tempos incertos, é mais importante pensar em proteção do que em rentabilidade. Até porque rentabilidade implica em risco. E risco é que não queremos correr quando as coisas vão mal.
No “economês”, a palavra usada para proteção é hedge, que na tradução literal significa cerca ou barreira. Então, quando você ler ou ouvir essa palavrinha, hedge, o assunto é proteção. Então vamos lá.
O velho e bom metal reluzente
O principal ativo que as pessoas usam em todo o mundo para fazer hedge é o famoso ouro. Ele ainda é considerado o ativo mais seguro do mundo. E não é sem motivo. O ouro é naturalmente difícil de achar. É muito popular. É útil em diversas indústrias. E é bem aceito em praticamente qualquer parte do mundo.
O ouro é desejado como hedge, porque ele tem conseguido a proeza de manter o seu valor ao longo dos séculos. Milênios, na verdade. E o ouro tem utilidade real, como por exemplo, na indústria eletrônica.
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E como fazer para comprar ouro? Uma das formas é em espécie mesmo. Tem empresas especializadas nisso, como a Parmetal e a Ourominas. Você compra no site deles, pela internet, e eles enviam para você por encomenda. Isso pode parecer assustador, receber um pedaço de ouro pelos correios, mas funciona.
Quando esse texto foi escrito, 1 grama de Ouro estava com preço aproximado de R$ 310,00. Você pode comprar 1g mesmo, em pequenos filetes entalhados em cartões de plástico, parecidos com esses de banco.
Mas se você tiver mais dinheiro para proteger, também pode comprar uma barra de 1kg, pagando a bagatela de R$ 310.000,00.
Ouro em espécie é bom para quem pretende ficar com ele por mais tempo, como proteção de patrimônio no longo prazo. Mas se você não quiser comprar ouro em espécie, é possível comprar um contrato à vista de ouro na bolsa de valores. É parecido com a forma como se compra uma ação de uma empresa.
E na data combinada no contrato, você pode retirar sua barra, se quiser. Pode também deixar na custódia de algum banco credenciado, mas aí você tem que pagar uma taxa recorrente para eles guardarem o seu ouro.
Para os mais curiosos, o código dos contratos de ouro na bolsa são esses aqui: OZ1D, que representa uma barra de 250g de ouro, OZ2D representando 10g, e OZ3D representando 0,225g. Esses dois últimos são lotes fracionários.
Outro jeito ainda é através dos fundos de investimento em ouro. Mas aí o ouro não fica com você. A empresa gestora do fundo de investimento é que vai cuidar de tudo.
Mas numa crise mais aguda, bom mesmo é ter o metal dourado na mão. A questão central aqui é esta: contra exatamente o quê você quer proteger o seu dinheiro?
Porque se o problema econômico for apenas no Brasil, você pode se proteger tendo parte do seu patrimônio em dólares.
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Comprando dólares
Se você quiser proteger o seu dinheiro comprando dólares, você pode fazer isso comprando a moeda em espécie, numa casa de câmbio.
Outra forma é comprando contratos de dólares na bolsa de valores do Brasil. Você pode comprar um contrato cheio, cuja sigla (ou ticker) é DOL. Uma opção para quem quer investir menos é comprar um minicontrato, de código WDO, que vale 5x menos que o preço do DOL.
Lembrando que nesses contratos você não recebe as cédulas. Se trata de uma liquidação financeira. Você não recebe em dólar, mas sim a diferença entre o preço de compra e o vencimento em reais, de acordo com o dólar PTAX do dia.
Outra opção é abrir uma conta num banco digital dos Estados Unidos, num processo todo online, e enviar dinheiro para lá. Pronto. Durante o envio haverá a conversão de reais para dólares e você deixa o saldo lá na sua conta corrente americana.
E se acontecer uma crise mais ampla, global? Aí uma opção é recorrer aos imóveis.
Investir em imóveis
A geração de nossos pais tem um grande apego aos imóveis. E não é por menos. Isso tem a ver com as crises econômicas enfrentadas pelas gerações passadas, onde rolou até confisco de poupança.
Isso também explica as intermináveis discussões sobre ter imóvel próprio ou morar de aluguel e investir o dinheiro noutra coisa. Mas o fato é que muita gente por aqui gosta muito de investir em imóveis por conta da forte resiliência que esse ativo já demonstrou em crises passadas.
Agora se a crise ficar realmente terrível, a ponto de estarmos falando de riscos de guerra, seja civil ou contra outras nações, aí uma opção a ser considerada é um imóvel rural. É que num imóvel desse tipo, você poderá preparar a terra para ser produtiva, gerando sustento básico para a sua família.
Seria tipo uma volta ao passado, para uma economia de subsistência e escambo com seus vizinhos. Espero que a gente nunca chegue a tal ponto, pois aí o cenário estaria realmente terrível.
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Conclusão
Bem, essas são algumas sugestões para o caso de estourar uma crise de moderada a severa. Já dizia minha mãe, que o “seguro morreu de velho”.
Então fique atento ao que está acontecendo no Brasil e no mundo, e esteja preparado para fazer os ajustes necessários, para tentar proteger o seu dinheiro e o seu patr
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