Nesta segunda-feira (26), a famosa loja da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo, foi definitivamente fechada. O encerramento das atividades da unidade ocorreu após a confirmação do decreto de falência do grupo pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, comunicado no mês de maio. De acordo com a administração judicial, não há previsão de reabertura.
Por causa da ordem de despejo, seguranças proibiram a entrada do público no local. A loja foi inaugurada em 1969 pela proprietária Eva Hertz. Em 2007, passou por uma grande reforma que a fez ocupar outras quatro lojas menores do edifício junto ao histórico Cine Astor, alcançando a sua grande dimensão tão conhecida.
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No decreto de falência, a liminar solicitada pela empresa foi derrubada pelo TJ. Foram citadas diversas dívidas da empresa em aberto e falta dos devidos registros do processo de recuperação.
“A falência da agravante, diante do global inadimplemento do plano de recuperação, tem como objetivo proteger o mercado e a sociedade, assim como fomentar o empreendedorismo e socializar as perdas provocadas pelo risco empresarial”, diz a decisão.
A REDE CULTURA FALIU?
Uma das redes mais tradicionais de livros do país vinha enfrentando uma crise desde 2015. Com o encolhimento do mercado editorial, o processo de recuperação judicial da empresa se estendia por mais de quatro anos, até que a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central Cível decidiu aceitar o pedido da companhia. Na época da entrada do processo, a livraria já havia informado dívidas de R$ 285,4 milhões
Anteriormente, a Justiça tinha rejeitado um pedido de mudança no plano de recuperação da empresa em 2020, e indicado que a falência poderia ser decretada. No entanto, foi só no início de fevereiro deste ano que a Justiça de São Paulo comunicou, de fato, que a Livraria Cultura faliu.
Uma semana depois, a decisão foi suspensa pelo desembargador J.B. Franco de Godoi, da 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo. Com isso, a Justiça analisou mais uma vez a situação da rede Cultura, para averiguar se o pedido de recuperação proposto poderia ser cumprido.
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