Na década de 80, a cidade de São Luís, capital do Maranhão, ganhou o status de “capital do reggae brasileiro”. Esse título foi cultivado durante toda a década de 1970 e a região ficou conhecida como a “Jamaica brasileira”. Nesta quinta-feira (11), o país comemora o Dia Nacional do Reggae e o Tudo EP explica a ligação do Maranhão com esse movimento musical e cultural.
O Dia Nacional do Reggae foi instituído no calendário do país para homenagear o cantor e compositor jamaicano Bob Marley. O artista morreu, aos 36 anos, em 11 de maio de 1981, nos Estados Unidos, mas eternizou seus ideais e sonhos em um ritmo musical: o reggae. No Brasil, o cantor Gilberto Gil, natural da Bahia, foi um dos precursores do gênero.
No Maranhão, por outro lado, historiadores explicam que esse movimento ganhou força em São Luís por causa dos marinheiros que atracavam no porto, vindos da Jamaica, ao longo da década de 1970. Eles deixavam discos do gênero como moeda de troca e, em pouco tempo, a música se popularizou na região periférica e passou a ganhar adeptos, também, no centro da cidade.
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Segundo o professor de antropologia da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), Carlos Benedito, em uma entrevista ao G1, outra explicação sociológica possível para esse fenômeno estaria na origem desses povos. Segundo o especialista, há semelhanças antropológicas nos grupos maranhenses e jamaicanos. “Tem algumas semelhanças dos quilombolas jamaicanos com os encontrados no Maranhão, e também nos ritmos jamaicanos com os ritmos do tambor de crioula. Possivelmente essas pessoas foram trazidas do mesmo lugar”, explicou ao G1 do Maranhão.
Para a jornalista maranhense Marina Cruz, o movimento musical do reggae é um símbolo cultural local. “O reggae é um estilo musical que carrega alegria e ousadia através de seus movimentos. Permite um contato maior com o outro e desfrutar de momentos que deixam marcados”, explica.
De acordo com a maranhense, esse estilo está enraizado na cidade e em muitas pessoas da região. “Está presente através das danças, através de um museu na cidade, além de ser Patrimônio Imaterial do Maranhão”. Marina ainda reforça que a história da cidade, de certa maneira, também está conectada com esse movimento musical. “O reggae se tornou algo cultural na cidade, dado a sua importância e relevância musical em todos os aspectos, traz consigo todo o pertencimento e valores que a cidade emana através de sua história”.
PONTOS TURÍSTICOS LIGADOS AO REGGAE NO MARANHÃO
Museu do Reggae:
Inaugurado em 2018, é o único museu dedicado ao estilo fora da Jamaica. O projeto tem como objetivo homenagear Bob Marley e foi pintado com as cores do ritmo: amarelo, verde e vermelho. O acervo conta com cinco ambientes: Sala dos Imortais – um espaço que busca homenagear os grandes nomes do reggae -, e, nos outros quatro, os clubes mais tradicionais de São Luís – Clube Pop Som, Clube Toque de Amor, Clube União do BF e Clube Espaço Aberto – têm as suas histórias contadas.
Reggae Cruise:
Ao som das melhores “pedradas” jamaicanas, o barco passeia pela orla da capital no maior clima de festa. Esse é um passeio delicioso de catamarã – um tipo de embarcação – pelas águas de São Luís. No passeio, os turistas podem curtir um som de reggae e as belas paisagens do Maranhão.
Beber uma “maguinha suadinha”:
A bebida “Magnífica”, feita a partir da mandioca, é produzida por agricultores locais de São Luís. Esse drink foi carinhosamente chamado de “manguinha suadinha” pelos moradores locais e ganhou o amor dos turistas. Essa bebida só é vendida dentro dos limites do Maranhão e é um belo cartão de visita para os visitantes.
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