Dentre as mais de 560 horas de música do Rock in Rio, é hora de ir ao que interessa. Ou, ao menos, ao que interessa à grande parte das pessoas que estiverem na Cidade do Rock entre 2 e 11 de setembro: o palco Mundo. Mesmo os que não estarão no Rock in Rio por todas as questões que se tornaram filtros intransponíveis – falta de dinheiro, falta de ingresso, falta de hospedagem – poderão acompanhar às transmissões pela TV.
A Globo manda no território das transmissões, e vai usar suas capilaridades de TV aberta, streaming e canal a cabo, com Globo, Multishow, Canal Bis e Globoplay. Dentre os apresentadores escalados, aparecem Marcos Mion, Didi Wagner, Didi Effe, Ana Clara, Malena, Thais Barja, Guilherme Guedes, China e Jimmy London. Eles aparecerão em um estúdio de vidro no meio da cidade do Rock.
Homem da publicidade, Roberto Medina, dono da marca e do festival, criou o lema “tudo nosso de novo”, passando a ideia do retorno à vida depois de dois anos de confinamento artístico. A transmissão promete não ficar só no Palco Mundo, mas mostrar também o que se passa no Sunset, Favela e New Dance Order.
A divisão entre as empresas ficou assim: a Multishow e a Globoplay farão a transmissão ao vivo dos principais shows. O Multi para assinantes e a Globoplay para não assinantes logados na plataforma. O Canal Bis entra como um suporte na transmissão de alguns shows. Ao final da noite, a TV Globo exibe um compacto com os melhores momentos.
Sobre os shows, veja os principais do Palco Mundo
Sexta, 2 de setembro
O famoso “dia dos camisas pretas”, ou “a noite do metal”. A data tradicional começou no primeiro Rock in Rio, de 1985, e nunca deixou de existir. Não há novidade, mas que fã de metal procura por isso? O que importa é ver e rever Iron Maiden e Sepultura, como um disco que roda sem parar. Os fãs do heavy metal e seus parentescos sacralizam seus ídolos, mesmo que eles retornem todos os anos. A escalação deste ano ficou assim:
00h10 – Dream Theater
22h20 – Iron Maiden
20h10 – Gojira
18h – Sepultura + Orquestra Sinfônica Brasileira
Sábado, 3 de setembro
Depois do radicalismo sonoro ideológico do metal, vêm as concessões, o refresco. Post Malone, que muitos preferem não dizer ser um rap no sentido mais clássico do termo, chega com a força de seu lançamento mais recente de plataformas, Twelve Carat Toothache. Ele fecha uma noite que tem antes as fofuras do Mashmello, as fofices de Jason Derulo e as fofurices de Alok. Será um dia mais jovem, bem mais jovem, e com sons menos estridentes. Um parque de diversões, fofo e colorido.
00h10 – Post Malone
22h20 – Marshmello
20h10 – Jason Derulo
18h – Alok
Domingo, 4 de setembro
Haverá aqui mais substância pop do que na noite anterior em um palco dividido entre gringos e brasileiros. É o old pop super produzido de Justin Bieber fechando a noite depois de Demi Lovato voltar de mais um rehab em forma espetacular. Justin conseguiu se manter em um lugar ao qual muitos acharam que fosse demais para seus talentos. Aos 28 anos, ele chegou lá e amadureceu o som que fazia. Deve dedicar metade do show de uma hora para o repertório de Justice, de 2021. Nem pensa em deixar Baby e Sorry de fora. A essa altura, todos já terão esquecido do que Jota Quest e Iza terão feito até ali.
00h10 – Justin Bieber
22h20 – Demi Lovato
20h10 – Iza
18h – Jota Quest
8 de setembro, quinta-feira
O rock abrindo de novo os trabalhos da semana, mas agora com uma mescla de decadência e vitória, passado e presente, peso e pop. O Guns N’ Roses, se repetir o que tem feito por outros palcos, fará uma passagem um tanto delicada. A falta de voz de Axl, mesmo a um fã radical, soa como um ruído. Chega um momento em que Slash não salvará mais. Antes dele, os italianos do Maneskin trarão uma dignidade que os tempos não viam há tempos. E uma dignidade que muda o eixo dialético do rock. É preciso prestar muita atenção no Maneskin, essa banda de Roma que já abriu shows para os Rolling Stones e que coloca a Itália no mapa do rock da década de 20. Cenas de engajamento podem ser vistas aqui. O grupo é ligado a protestos anti racistas e anti homofobia.
00h10 – Guns N’ Roses
22h20 – Måneskin
20h10 – Offspring
18h – CPM 22
9 de setembro, sexta-feira
Uma noite curiosa que começa com o Capital Inicial e termina com o Green Day. Não há nada novo aqui, e Billy Idol pode ser uma “surpresa velha”. O Green Day, que fecha o palco, vai ser arrasador. Apesar de não estar mais no centro do pós-pós-punk que trouxe nos anos 1990, sua presença é sempre explosiva. Billie Joe Armstrong garante performances de grande espetáculo e o baterista Treé Cool é um show à parte. As coisas de American Idiot devem ser o centro de tudo, apesar dos esforços frustrados para se ter algo tão relevante nos últimos anos.
00h10 – Green Day
22h20 – Fall Out Boy
20h10 – Billy Idol
18h – Capital Inicial
10 de setembro, sábado
A melhor noite. Uma escalação que começa com Djavan, passa por Bastille e Camila Cabello e termina com Coldplay não pode dar errado. Será certamente um aplateia itinerante. A que vai ver Djavan não deve ser a mesma que quer Coldplay e jamais será a mesma de Camila Cabello. Mas, quando se pensa em familia, tudo pode dar certo. Os avós ficam com Djavan, os pais com Coldplay e os filhos com Camila Cabelo. Mas todo certamente serão anestesiados durante a viagem cósmica do Coldplay – o melhor show que passará pelo Rock in Rio neste ano.
00h10 – Coldplay
22h10 – Camila Cabello
20h10 – Bastille
18h – Djavan
11 de setembro, domingo
Ultra voltagem pop, mas de um pop revisitado, contemporâneo, provocativo e feminino. Ivete Sangalo será a própria e mais uma passagem pelo festival. Mas, a partir de Rita Ora, tudo ganha novos ares. Megan Three Stallion é o frescor de um R&B mais recente, de Sweetest Pie e Beautiful Mistake. Tem um álbum novo a mostrar, Traumazine, mas deve focar no que funciona em sua uma hora de show. E Dua Lipa, estrela das estrelas da edição, termina o festival de 2022 com toda a força que a faz ter quase 70 milhões de ouvintes mensais em apenas uma das plataformas de streaming. Vejamos Dua Lipa no palco.
00h10 – Dua Lipa
22h20 – Megan Thee Stallion
20h10 – Rita Ora
18h – Ivete Sangalo