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CotidianoDe Araraquara para o mundo: o sucesso por trás da Lupo e Nigro

De Araraquara para o mundo: o sucesso por trás da Lupo e Nigro

A trajetória de sucesso de duas famílias que construíram seus negócios do zero e se tornaram referência de mercado

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Liliana Alfiero preside o grupo Lupo desde a década de 1.990 (Foto: Divulgação) 
Liliana Alfiero preside o grupo Lupo desde a década de 1.990 (Foto: Divulgação) 

ARARAQUARA 205 ANOS – Ao longo desta semana, o acidade on irá publicar uma série de reportagens, que destacam pontos históricos de Araraquara e celebram seu aniversário.
 

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“É uma pergunta que a gente se faz”, respondeu Liliana Aufiero, presidente e herdeira do grupo Lupo, sobre os motivos que trouxeram a sua família para Araraquara há mais de um século.

Italianos, eles chegaram ao Brasil em 1.888. Em um período pós-escravidão, o objetivo não era trabalhar nas lavouras de café, igual aos demais imigrantes, mas, se dedicar ao reparo de joias e relógios, como artesãos.

Dizem que dentro do trem, alguém perguntou: vocês vão descer em São Carlos? Desçam em Araraquara que é um entroncamento ferroviário. Lá vocês terão mais chances de trabalhar neste serviço”, lembrou.

E assim fizeram por 33 anos até 1.921. “Meu avô que chegou com 11 anos já tinha casado, tinha tido nove filhos, e acho que ele enxergou que precisava de algo a mais, além de joias e relógios”, contou Liliana Aufiero.

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Naquele ano, foram oferecidos aos Lupo dois teares vindos de Juiz de Fora, em Minas Gerais. As máquinas foram colocadas na sala de casa e ali começou a produção familiar de meias.

 

Família Lupo deu início a produção de meias na sala de casa (Foto: Acervo/ Lupo)
Família Lupo deu início a produção de meias na sala de casa (Foto: Acervo/ Lupo)

“Como foi crescendo, no começo, foi anexado um pedaço do fundo do quintal até pegar o quarteirão inteiro [onde hoje fica o Shopping Lupo]”, disse. 

A fábrica permaneceu no Centro de Araraquara até 1.994, quando se mudou para as margens da Rodovia Washington Luís – um espaço que já existia, mas que, até então, era voltado para o recebimento de matéria-prima e distribuição de produtos.

Por 70 anos as meias foram o único produto da empresa. No início da década de 1.990, a Lupo deu um novo passo e iniciou a confecção de cuecas.

Em mais de um século de existência, a Lupo se consolidou como líder no mercado, adquiriu outras marcas, abriu lojas próprias e filiais e, hoje, exporta para 23 países.

O segredo deste sucesso, segundo Liliana Aufiero, está em um conjunto de valores internos. 

Vamos fazer com qualidade, conforto algo que as pessoas queiram, mas com bem-estar, respeito e ética”, apontou.

 

Vista área da fábrica Lupo às margens da rodovia SP-310 em Araraquara (Foto: Acervo/ Lupo)
Vista área da fábrica Lupo às margens da rodovia SP-310 em Araraquara (Foto: Acervo/ Lupo)

Hoje, a empresa emprega 9,1 mil funcionários, sendo que 6,1 mil apenas na fábrica de Araraquara, o que torna a marca diretamente associada à cidade. 

“A torre da Lupo por muito tempo foi o local onde se olhava a hora certa. É uma satisfação muito grande para quem é dá aqui, como eu, saber que existe esta simbiose com a cidade”, relembrou. “As pessoas que trabalham aqui moram aqui. Então, existe uma ligação muito grande”, completou.  

Liliana Aufiero faz parte da terceira geração da família à frente dos negócios que continuam inteiramente familiar. Sobre o futuro, ela citou o poeta espanhol Antônio Machado: “não há caminho, o caminho se faz ao andar”. 

OS NIGROS

A 12 minutos dali fica outra empresa importante para Araraquara e que também reúne valores familiares: a Nigro Alumínio. 

Prestes a completar 80 anos, a fábrica também começou com imigrantes italianos, que passaram por outras cidades do Estado de São Paulo, como Bocaina e Itápolis, antes de se firmarem aqui.

A partir de uma oficina pequena nos fundos da casa, Arcângelo Nigro transformava latas de alimentos em utensílios domésticos. Foi assim, que a empresa deu seus primeiros passos no mercado até começar formalmente em 1.943.

A história da Nigro é o sonho de um cara genial porque ele começou um negócio que ninguém falava: o processo de reciclagem, coisa que hoje está moda, mas que começou lá atrás. Ele teve este conhecimento, formou pessoas, soube a hora certa de deixar o negócio e cuidar de outras coisas”, destacou o Arcângelo Nigro Neto, que preside a empresa há 30 anos.

 

Arcângelo Neto preside a fábrica Nigro há mais de 30 anos (Foto: Milton Filho/ acidade on)
Arcângelo Neto preside a fábrica Nigro há mais de 30 anos (Foto: Milton Filho/ acidade on)

Em oito décadas, a marca cresceu e se tornou referência no mercado. Hoje chega a produzir 20 mil itens por dia, alimentando o Brasil e países do Mercosul.

“Não sei se eles pensavam no tamanho que a Nigro iria chegar, talvez não fosse tanto. Até porque você tinha a condição de um país que não era tão grande, mas era difícil acessar algumas áreas, já que o transporte era ferroviário”, disse Neto.

“Muita luta, força de vontade e trabalho árduo”, resumiu Neto sobre a trajetória da empresa. “Dentro desta honestidade, foi se criando um produto com qualidade e, desta forma, a Nigro foi ficando conhecida no Brasil”, apontou.

Vista área da fábrica Nigro no Centro de Araraquara (Foto: Acervo/ Nigro) 
Vista área da fábrica Nigro no Centro de Araraquara (Foto: Acervo/ Nigro) 

O  carro-chefe continua sendo as panelas, mas a empresa sempre esteve atenta às necessidades do mercado. Atualmente, são 600 itens em seu portfólio.

“A cada momento você vai criando solução para o que está vivendo, inovando e facilitando a vida de quem cozinha. Para nós não é produzir uma panela, é um utensílio doméstico, uma coisa que tem que uma performance muito boa dentro da cozinha”, justificou.

Na confecção de uma panela de pressão, por exemplo, são 30 trabalhadores envolvidos. Mas em toda empresa, há 250 colaboradores. 

A gente cresceu e se fortaleceu aqui, tem uma identidade muito forte com a cidade. Os nossos funcionários gostam, a gente gosta, fica contente de fazer parte do crescimento, da formação de muita gente, da constituição de família”, disse Neto.

Empresa é referência no Brasil na produção de panelas de alumínio (Foto: Milton Filho/ acidade on) 
Empresa é referência no Brasil na produção de panelas de alumínio (Foto: Milton Filho/ acidade on) 

Os próximos anos ainda são incertos, depende de muitos fatores, principalmente econômicos e fiscais, mas o desejo do presidente da Nigro é um só: que as empresas cresçam, se fortaleçam e que seja um pais melhor. 

“É difícil falar nos próximos 80 anos, mas queremos crescer e se modernizar dentro dos nossos valores”, concluiu.

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