A Justiça de São Paulo negou pedido da Defensoria Pública do Estado para considerar ilegal internação compulsória do acusado de matar e esquartejar a jovem Yasmin da Silva Nery, em Araraquara, no ano de 2019. A decisão foi publicada, nesta quinta-feira (30).
Atualmente, com 21 anos, o acusado de matar Yasmin está internado compulsoriamente na UES (Unidade Experimental de Saúde), na capital paulista, após completar maioridade e deixar a Fundação Casa de Cerqueira César, onde cumpriu medida socioeducativa pelo crime.
VEJA TAMBÉM
Temporais em Araraquara atrasam obras de recuperação das chuvas de dezembro
Cidade na região de Araraquara abre seleção para estagiários
Na argumentação da Defensoria Pública à Justiça, a internação compulsória de Hugo dos Santos Alonso é irregular e defendeu haver “alternativas muito mais adequadas para seu encaminhamento” e classificou o local que o acusado está como um “campo de concentração moderno”.
A Defensoria argumentou ainda que o jovem não possui uma avaliação específica com psicodiagnóstico multidisciplinar que indique a necessidade de internação e interdição, o que foi refutado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo em manifestação no processo.
Segundo o MP, houve registro durante cumprimento da ação socioeducativa imposta ao acusado, da troca de agressões com outros internos e foi apresentada avaliação psicológica, concluindo que ele assumia perfil comunicativo, articulador e manipulador, com comportamento hostil e instabilidade emocional e baixa tolerância á frustação.
O posicionamento do Ministério Público em relação ao pedido de liminar feito pela Defensoria revelou ainda que outro relatório apontou o fato do acusado não demonstrar arrependimento sobre o crime cometido e não se mostrar desconfortável em falar sobre o assunto.
O MP também ressaltou a apresentação de outros relatórios da Fundação Casa dando conta de “transtorno de personalidade esquizoide ou transtorno de personalidade antissocial”, corroborando para não recomendar a liberação do acusado de matar Yasmin.
Por fim, em julgamento iniciado na última quarta-feira (29), a Justiça de São Paulo negou pedido da Defensoria para que o jovem aguardasse o julgamento do Habeas Corpus em liberdade e o reconhecimento da irregularidade da internação na Unidade Experimental de Saúde.
PARA RELEMBRAR
Yasmin da Silva Nery, de 16 anos, estava desaparecida há um dia quando foi encontrada morte em 10 de junho de 2019. A Polícia chegou até o acusado, na oportunidade com 17 anos, e ele confessou ter cometido o crime em sua residência, no Jardim das Hortênsias, em Araraquara.
Na oportunidade, o delegado responsável pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Fernando Bravo, apontou que o acusado matou, pois “queria ver como é”. Ele teria dado detalhes de como, após o crime, cortou o corpo de Yasmin e espalhou pela cidade.
No imóvel onde morava com os familiares, o acusado escondeu parte do corpo num carrinho de lanches. Outra parte foi jogada em uma represa no final da rua onde morava, enquanto o restante estava no bairro do Quitandinha, próximo à moradia da Unesp.
O crime chocou Araraquara e chamou a atenção pela frieza do acusado. Além dele, sua namorada foi apreendida por ajudar no transporte das partes do corpo. Na oportunidade, não ficou comprovada participação dela no homicídio de Yasmin da Silva Nery.
LEIA MAIS