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CotidianoColunistasMitologia das eleições: as principais mentiras espalhadas em períodos eleitorais

Mitologia das eleições: as principais mentiras espalhadas em períodos eleitorais

por ser um ambiente de fácil disseminação de notícias, tem sido comum a utilização de mídias digitais, redes sociais e da internet em geral para engajamento de notícias falsas.

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É preciso muito cuidado na era da “política fake” 

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O acesso fácil e rápido à informação é uma vantagem do século XXI e da evolução tecnológica. Caso você digite qualquer palavra no site da Google, por exemplo, conseguirá uma quantidade considerável de jornais, revistas, trabalhos, vídeos e fotos, em que essa determinada palavra é citada. Entretanto, por ser um ambiente de fácil disseminação de notícias, tem sido comum a utilização de mídias digitais, redes sociais e da internet em geral para engajamento de notícias falsas. 

Quando o assunto é política, a desinformação online é uma problemática ainda maior, já que qualquer “fake News” compartilhada com frequência pode vir a influenciar opiniões dos cidadãos sobre políticos, partidos e até levantar dúvidas sobre o próprio processo eleitoral. O mito mais comum que ouvimos em época eleitoral é o de que caso mais que 50% da população vote nulo, as eleições são anuladas e uma nova deve ser chamada com novos candidatos. Trata-se de uma mentira, já que os votos nulos e brancos não são considerados votos válidos. Mesmo que mais da metade da população vote nulo, ainda assim os representantes serão eleitos normalmente, a partir da contabilização dos votos válidos. 

Há também o mito de que os votos brancos vão para o candidato mais votado. Um engano frequente originado da época em que o voto branco ainda era considerado um voto válido e influenciava os cálculos eleitorais. Contudo, desde 1997 o voto branco não é mais considerado como voto válido. Em outras palavras, votar branco é o mesmo que votar nulo, o voto não será contabilizado para nenhum candidato. 

Atualmente, as notícias falsas vêm no sentido de questionar a legitimidade das urnas eletrônicas. Um exemplo disso pode ser observado recentemente, com as acusações realizadas pelo presidente Jair Bolsonaro, em que alegou sem provas que uma suposta fraude no sistema eleitoral teria prejudicado sua eleição em 2018 no primeiro turno. A afirmação é espalhada sem nenhuma evidência e diante de um sistema eleitoral que é considerado um dos mais seguros do mundo. 

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A problemática de posicionamentos como esse, que não se fundam na realidade, em fontes reais, acabam por promover a disseminação de ideias que colocam em xeque a segurança de eleitores na hora de exercer sua cidadania por meio do voto, além de ainda de servir de incentivo a disseminação de notícias embasadas na desinformação, com títulos chamativos para atrair a atenção do leitor. Como por exemplo essa manchete inventada muito compartilhada nas eleições de 2018: “Caminhão com urnas é detido pela Polícia Federal”. 

A notícia falsa em questão indicava que urnas eleitorais haviam sido roubadas no Estado do Ceará, após o período eleitoral. A notícia foi desmentida pela Justiça Eleitoral e a Polícia Federal. Estas ainda acrescentaram a informação de que mesmo se as urnas tivessem sido roubadas (o que não aconteceu), não teria como influenciarem no resultado das eleições, já que um pendrive contendo todos os votos é retirado da urna eletrônica e encaminhado para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) assim que o período de votação é encerrado. Apesar disso, a notícia falsa segue sendo compartilhada até hoje. 

As mentiras em torno das eleições e posterior a elas, muitas vezes pontuais como essas, podem tomar ainda outras proporções e perdurar durante anos, como é o caso do mito que espalha que as urnas funcionam através de conexão com a internet e, portanto, são passíveis de ataque de hackers. A urna eletrônica não possui tal conexão e está sempre sendo submetida a testes de segurança por profissionais. Encerrada a eleição, são impressos boletins das urnas com o registro de votos que aparecem de forma aleatória- e a quantidade de eleitores das seções eleitorais, assim, não há possibilidade de saber em quem um eleitor votou e o sigilo de seu voto é garantido. 

Portanto, para além de buscar informações a partir de fontes confiáveis sobre discursos de candidatos, partidos, propostas, é preciso que o leitor e eleitor se informem sobretudo, sobre o seu papel dentro do sistema eleitoral e o funcionamento desse sistema. Buscar saber sobre as narrativas falsas e os mitos que perpetuam o cenário eleitoral é missão do cidadão esclarecido e em compromisso com a realidade dos fatos. 

* Alunos de Graduação do Curso de Ciências Sociais da UNESP – Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara. O projeto “Pílulas de Educação Política” é realizado sob a supervisão do Prof. Danilo Forlini, responsável pela disciplina “Ciências Sociais e Educação: Diálogos com a Ciência Política” feito em parceria com o Prof. Bruno Silva, coordenador do blog Multipli_Cidade do Portal A CidadeON.

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