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CotidianoDermatologista explica perigos de substância usada em influencer que perdeu lábio em Matão

Dermatologista explica perigos de substância usada em influencer que perdeu lábio em Matão

O acidade on conversou com a médica dermatologista Natalia Paiva, que explicou quais os perigos da aplicação da substância

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Foi seis meses depois de um procedimento de harmonização facial feito com uma substância chamada de PMMA (polimetilmetacrilato) que a a influencer digital e balconista de Matão, Mariana Michelini, começou a sentir fortes dores em uma manhã de junho de 2021.

Seu lábio superior e buço precisaram ser retirados após uma reação à substância. Ela acreditava que a profissional que realizou o procedimento havia usado ácido hialurônico e só descobriu que foi enganada quando as complicações começaram a aparecer em seu rosto.

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Por causa de ameaças de processos, Mariana não pôde citar o nome da dentista que a atendeu. O processo contra a profissional corre em segredo de Justiça.

Mariana Michelini precisou retirar lábio superior e buço depois de procedimento malsucedido (Foto: Redes Sociais/Mary Michelini/Montagem)

O acidade on conversou com a médica dermatologista Natalia Paiva, que explicou quais os perigos da aplicação de PMMA, mesmo que a substância tenha liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Por que a substância é considerada de alto risco?

Dermatologista Natalia Paiva (Foto: Instagram)

Segundo a médica, que também é de Matão, o polimetilmetacrilato é uma substância sintética, um componente plástico com uso específico em algumas áreas da medicina.

“É uma substância liberada pela Anvisa para preenchimento cutâneo com máximo risco. A SBD (Sociedades Brasileiras de Dermatologia) e de cirurgia plástica contra indicam o uso do PMMA para fins estéticos, sendo seu uso limitado apenas a correção de pequenas deformidades e em pacientes com lipodistrofia, uma complicação de pacientes com HIV.”

Entre os riscos do uso da substância estão a formação de nódulos, processos inflamatórios e infecciosos e possibilidade de deformações irreversíveis.

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“O PMMA pode causar reações precoces e tardias. Porém trata-se de produto extremamente sedutor por ser barato, oferecer resultado imediato exuberante e pela possibilidade de ser duradouro”, explicou a dermatologista.

Quem pode aplicar a substância?

De acordo com informações do site da Anvisa, “o produto deve ser administrado por profissionais médicos treinados”.

A Anvisa também esclarece que “não há indicação (do uso) para aumento de volume, seja corporal ou facial. Cabe ao profissional médico responsável avaliar a aplicação de acordo com a correção a ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto”.

Site da Anvisa contraindica uso da substância para procedimentos de aumento de volume (Foto: Reprodução/Anvisa)

No caso de Mariana, que ficou com deformidades após o procedimento, a aplicação ocorreu nos lábios para fins preenchimento, maças do rosto e queixo, o que é contraindicado pelas recomendações da agência.

No entanto, uma resolução do CFO (Conselho Federal de Odontologia) permite que os cirurgiões-dentistas façam procedimentos como harmonização orofacial e utilizem substâncias de preenchimento.

É possível reverter o procedimento?

Segundo Natalia, o PMMA é considerado um preenchedor definitivo de difícil reversão.

“Uma vez injetado ele se infiltra nos tecidos saudáveis e por isso sua remoção é um processo complicado, alguns lasers somados à aspiração de material podem ser tentados, muitas vezes são necessários procedimentos cirúrgicos, porem dificilmente o PMMA será totalmente retirado sem que haja dano aos demais tecidos.”

Existem outras alternativas, seguras e biocompatíveis para fins estéticos como o ácido hialurônico, hidroxiapatita de cálcio, ácido polilático, e a própria gordura do paciente (lipoenxertia).

“São produtos que são reabsorvidos pelo organismo, ao contrário do PMMA que, por ser sintético e derivado de acrílico, não é reabsorvido”, disse.

Para evitar dores de cabeça futuras, a dermatologista indica uma relação de confiança com o profissional que irá realizar as aplicações.

“Saber qual o procedimento proposto, porque ele será realizado, quais são os riscos e os benefícios. Se houver injeção de material, qual é o material, o que ele faz e se é um procedimento que pode ser revertido”, disse.

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Raquel Baes
Raquel Baeshttps://www.acidadeon.com/araraquara/
Raquel Baes é formada em Jornalismo pela Universidade de Araraquara (Uniara) desde 2018. Passou pelas redações do Portal g1, EPTV Central e atualmente escreve para a editoria de Lazer e Cultura do acidade on Araraquara
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