Cercada de mitos e medos, a amamentação materna é fundamental para garantir a saúde dos pequenos. Para conscientizar e difundir os conhecimentos, é realizada anualmente a campanha Agosto Dourado, que termina nesta semana.
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Para a obstetra Kamilla Ferreira, é preciso buscar informações de qualidade para manter-se longe dos medos e mitos que envolvem o tema.
“Busque por profissionais atualizados e procure saber um pouco de cada fase (da amamentação). Ter uma rede de apoio também é fundamental”, disse a profissional.
Para a doula e consultora de amamentação Itaiana Battoni, a falta de apoio e os palpites são alguns dos fatores que podem atrapalhar as lactantes durante o processo.
“Muitas vezes na tentativa de ajudar, as pessoas falam coisas que desencorajam e coloca em dúvida a amamentação. O puerpério muitas vezes é um período sensível, onde a mulher precisa de apoio e cuidados. A rede de apoio é de extrema importância, mas essas pessoas também precisam se informar”, resumiu Itaiana.
DICAS
Segundo Kamilla, antes de amamentar a mãe deve escolher um local tranquilo e uma posição confortável, pois isso ajuda na produção de leite.
“O bebê precisa mamar à vontade e, ao final, ainda pode ser oferecido o outro seio. Ao final, é recomendado retirar algumas gotas do leite para aplicação sobre os mamilos. O leite hidrata essa região e tem propriedades cicatrizantes, evitando as dolorosas fissuras”, disse a médica.
O incomodo e a sensibilidade podem ser normais no inicio, porém, caso haja dor intolerável, a mãe deve identificar as causas, que geralmente são as fissuras. Evitá-las pode ajudar a prolongar o período de amamentação da criança, já que uma das principais causas do desmame precoce é a dor da mãe.
“Se não está conseguindo resolver sozinha, buscar ajuda profissional o quanto antes é o melhor caminho, porque a tendência é piorar e ficar cada vez mais difícil”, explicou Itaiana.
De acordo com a doula Itaiana Battoni, horários rígidos para amamentar podem a produção de leite. A recomendação é a amamentação por livre demanda, ou seja, quando a criança pedir.
“No início o peito é tudo para o bebê. Ele pode querer mamar para se organizar ou porque está com algum desconforto, não só por fome. É nesse início também que o corpo (da mãe) vai entender qual a necessidade daquele bebê, o quanto de leite precisa produzir”, disse Itaiana.
Caso não haja o estimulo adequado, a produção de leite pode cair. “O melhor estimulo para a produção do leite é a extração frequente do leite pelo bebê”, completou a doula.
CUIDADOS PARA EVITAR ENGASGOS
Um dos maiores temores das mães durante o aleitamento é o engasgo da criança. Segundo a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), ao menos 15 bebês morreram em decorrência de engasgos no ano passado.
O primeiro passo para evitá-los é monitorar a criança durante todo processo de aleitamento, mesmo que ela esteja na mamadeira. “A mãe deve estar atenta aos sinais de engasgo como tosse, dificuldade para respirar e lábios arroxeados. Como prevenção de engasgos, recomendamos sempre que a criança deve dormir de barriga para cima”, disse Kamilla.
“Engasgar e já reagir é bem comum, o bebê tosse, chora, está tudo bem é só esperar, porque ele já está no processo de desengasgo sozinho. Já o engasgo ‘de verdade’ é silencioso, o bebê fica roxinho por não conseguir respirar e é preciso fazer a manobra de Heimlich para bebês”, completou a doula Itaina Battoni.
Quando o engasgo acontece, os pais devem manter a calma e acionar os serviços de emergência, como o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar.
Enquanto aguardam a ajuda, os responsáveis pela criança devem iniciar a manobra de Heimlich.”Virar a criança para baixo e fazer cinco batidas leves com a mão na região das costas. Depois virar a criança para cima e fazer cinco compressões na frente, até que ela desengasgue ou chegue ajuda”, finalizou Kamilla.
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