Há um mês, a técnica de enfermagem aposentada, Ana Cláudia Funari Meirelles, de 49 anos, moradora da cidade de Rincão, recebeu a notícia que não estava preparada para ouvir: o seu organismo não está mais respondendo ao tratamento contra o câncer de mama.
“Ele [médico] disse assim para mim: ‘Olha, Ana, em dois anos que fizemos o tratamento, o que o SUS tinha para fornecer para você, o seu organismo não respondeu“, lembrou.
Ana descobriu a doença em março de 2022, durante autoexame em casa. Na sequência, exames confirmaram a existência um câncer agressivo na mama esquerda. Desde então, passou a fazer tratamento no Hospital de Amor de Barretos, custeado pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Em outubro do ano passado, o resultado positivo de exames animou a aposentada, porém o “balde de água fria” ocorreu pouco tempo depois: o câncer voltou mais rápido, agressivo e metastático.
“A notícia pior foi quando eu tive a rescindida, de terem falado que voltou em um mês, que é metastático, que tenho que cuidar logo, porque é a minha última chance. Foi o pior resultado que eu podia ouvir na minha vida. Você tem vontade de um monte de coisa”, contou.
Ela, então, procurou por uma segunda opinião, a de um médico particular de São José do Rio Preto, que teria reforçado o tratamento adotado em Barretos e proposto uma imunoterapia associada.
Porém, o novo protocolo não é oferecido pelo SUS. Na rede privada, o valor de cada sessão varia entre R$ 38 e R$ 50 mil, nas clínicas que a própria Ana pesquisou.
Segundo ela, estas sessões devem ser realizadas a cada 21 dias e por tempo indeterminado. “É muito dinheiro, por isso que entrei na Justiça”, afirmou.
SOLIDARIEDADE
Enquanto trava mais uma batalha, Ana Cláudia conta ainda com a solidariedade das pessoas. Uma Vakinha on-line já arrecadou mais de R$ 13,2 mil. Amigos também têm se mobilizado para preparar um jantar beneficente em Rincão.
Hoje, Ana aguarda apenas um parecer médico para realizar em breve a primeira sessão de imunoterapia. Ela conseguiu o dinheiro depois que o pai vendeu o carro da família.
“É a única coisa que me emociona. É muito gratificante saber que todas as pessoas estão me ajudando. Dilacera o meu coração saber que meu pai abriu mão do carro, apesar de a minha vida valer muito mais, mas foram sonhos construídos dele, de uma vida inteira. Amigos fazendo jantar beneficente para mim em Rincão. As pessoas de fora fazendo PIX na minha conta. Isso, para mim, não tem preço. O câncer pode ter me tirado tudo, menos a minha vontade de viver“, afirmou.
Mesmo diante de todas as adversidades, ela disse que tenta encarar a doença e seguir a sua vida. “Não posso parar, eu tenho filho, neto. Então, eu vivo um dia de cada vez. Esquece o futuro, não tem futuro, é viver o hoje, da melhor maneira possível“, concluiu.
SAIBA COMO AJUDAR
As pessoas podem ajudar a custear o tratamento da Ana com doações realizadas por meio de uma Vakinha virtual. A meta é alcançar R$ 43,4 mil – até o momento, 234 doações somam mais de R$ 13,2 mil. (Clique aqui para doar).
Outra forma é transferência bancária pelo PIX. A chave é o telefone de Ana Cláudia (16)9.9731-2229
Ana também prometeu prestar conta de todo o dinheiro doado assim que fizer a primeira sessão da imunoterapia.
