O mecânico industrial, Wagner Rodrigues, de 24 anos, e a namorada se mudaram há duas semanas para um apartamento novo, no Jardim América, em Araraquara. Porém, o condomínio recém-construído tem apresentado problemas com infiltração de água, má distribuição do gás encanado de cozinha e defeitos nas portas de entrada dos blocos.
“Estamos nos sentindo muito insatisfeitos, pois esperávamos a empresa nos entregar o prometido. Temos um grupo e todos têm sempre as mesmas reclamações. Estamos tendo problemas com infiltração de água, pois a obra foi feita de qualquer jeito, o gás não chega nos blocos”, disse o proprietário.
Os apartamentos com plantas de 44 m² a 54 m² foram vendidos de R$ 190 mil a R$ 250 mil, com uma série de diferenciais, como piscina, academia ao ar livre, salão de festas e espaço pet.
A cientista da computação, Ana Carolina Moreira, 27, que é sindica do condomínio, contou que comprou o imóvel atraída pelas áreas comuns, que não foram entregues conforme o prometido.
“Desde o início quando compramos, foram vendidas imagens com a alegação de que [o residencial] seria entregue daquela forma. Ficamos deslumbrados com beleza e tudo mais, porém, não nos foi entregue nada da forma que foi dito”, afirmou a síndica.
Ana Carolina contou que recebeu as chaves do seu apartamento em dezembro do ano passado, mas só se mudou efetivamente em abril deste ano. Segundo ela, os problemas que já apareciam durante as obras continuaram mesmo após a entrega.
“Os problemas sempre estiveram em evidência, porém, era falado que quando acabasse [a obra] mudariam. Mas nada disso aconteceu […] Infiltrações nos apartamentos, nos telhados e janelas, as áreas comuns que não tem móveis e o salão de festas que nem vidro tem […] tudo mal feito, coisas não funcionando”, detalhou.
O mecânico industrial lembrou que os transtornos com o empreendimento começaram com o atraso na entrega dos apartamentos, que deveria ter ocorrido em dezembro do ano passado.
Segundo os moradores, a construtora está ciente das reclamações, mas não adotou nenhuma metida até o momento. Eles afirmam que irão recorrer à Justiça caso nenhuma medida seja adotada.
Procurado para comentar o assunto, Rogério Almeida Costa, proprietário da Erg Lares Engenharia e responsável pela obra, reconheceu as reclamações. Ele disse que uma equipe de pós-obra está no local para solucionar os problemas apontados pelos moradores, mas admitiu que não consegue atender a todos simultâneamente.
“Estamos com uma equipe de pós-obra que não vai sair de lá. Mesmo que acabar os problemas, eles vão ficar disponíveis”, garantiu.
Ele também explicou que o atraso na entrega do residencial foi provocado pela pandemia e pelas dificuldades na compra de determinados itens de acabamento. Ainda segundo ele, os anúncios de venda apresentam imagens meramente ilustrativas e por isso algumas áreas comuns, como o salão de festa, foram entregues sem móveis.
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