Nos últimos anos, a poluição atmosférica tem estado cada vez mais em evidência devido as suas características nocivas ao ser humano e ao meio ambiente.
Entre as diversas consequências para o corpo humano, está o envelhecimento acelerado de órgãos fundamentais para a manutenção da vida, como é o caso dos rins.
Estudos da Faculdade de Medicina da USP e Universidade de Amsterdã investigaram as causas desses efeitos e apontaram uma relação direta com a concentração de poluição.
Os resultados apontam que, como os rins concentram substâncias presentes no corpo, a retenção de gases poluentes acelera o envelhecimento desses órgãos.
POLUENTES
Segundo o nefrologista Henrique Carrascossi, quando inalados, os gases poluentes entram em contato com o nosso organismo, e como os rins são filtros naturais, acabam sendo consequentemente afetados por essas substâncias tóxicas.
“Os néfrons são uma unidade de filtragem do nosso sangue presente nos rins e que tendem a diminuir com o passar dos anos. Quando somos expostos a doenças como a hipertensão e o diabetes ou à vivência em um ambiente poluído, esse processo de envelhecimento automaticamente é acelerado”, explica.
De acordo com o especialista, o avanço da medicina tem possibilitado que as pessoas vivam mais, o que também corresponde a um número maior de problemas no decorrer da idade. Supondo que alguém em seus quarenta anos comece a perder 1% da capacidade renal ao ano, aos oitenta, essa pessoa já terá 40% da função comprometida.
“Se todo esse processo for mais acelerado, a função dos rins será ainda mais afetada e uma pessoa idosa pode vir a necessitar de medicações ou até mesmo de terapias dialíticas. Dessa forma, a poluição se torna um problema de saúde pública que precisa ser combatido”, diz Carrascossi.
Para evitar esses possíveis efeitos nos rins, alguns hábitos podem ser adotados, como a hidratação frequente, entre outras medidas relacionadas às políticas públicas que possam controlar e diminuir a poluição. “Vale ainda ressaltar, que a curto prazo, algumas máscaras também auxiliam na proteção contra poluentes de particulas maiores”, comenta.