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*POR EPTV CENTRAL
Um estudo conduzido na Faculdade de Farmácia da Unesp em Araraquara revelou que a combinação de antidepressivos com anti-inflamatórios ou aspirina pode levar a casos de hemorragia digestiva. A pesquisa reforça os riscos da automedicação.
“Nós avaliamos especificamente os antidepressivos e vimos que só o uso do antidepressivo não está associado à hemorragia digestiva, mas quando é utilizado junto com anti-inflamatórios não esteroidais, especialmente de maneira irracional e sem acompanhamento de um profissional da saúde, há um risco de hemorragia digestiva, bem como o antidepressivo associado à aspirina.”
Marcela Forgerini, uma das autoras da pesquisa
Para chegar a essa conclusão, a pesquisa envolveu a avaliação de 900 pacientes atendidos pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e pelo Hospital Estadual de Américo Brasiliense ao longo de quatro anos de trabalho.
A pesquisa agora continua investigando se há alguma causa genética para os problemas causados pela combinação desses tipos de medicamentos.
“Nesse momento, estamos avaliando o DNA desses pacientes para ver se há fatores genéticos que influenciam no risco de hemorragia digestiva. Nós temos que considerar que o paciente é um conjunto de fatores que pode potencialmente influenciar nesse risco”, explica.
Marcela Forgerini, uma das autoras da pesquisa
Este estudo é parte do programa de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da Unesp de Araraquara e contou com o apoio de estudantes e professores da USP de Ribeirão Preto e de duas universidades europeias.
O QUE É A HEMORRAGIA DIGESTIVA?
A hemorragia digestiva consiste na perda de sangue através de qualquer ponto do tubo digestivo, que inclui o esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e canal anal.
RISCO DA AUTOMEDICAÇÃO
A automedicação é uma prática comum no Brasil, onde muitas pessoas, ao se sentirem mal, recorrem a farmácias e compram medicamentos por conta própria para tratar sintomas como dor de cabeça, garganta ou dores musculares. No entanto, essa prática pode representar sérios riscos à saúde.
Um levantamento do ICTQ (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico) em 2022 revelou que 90% dos brasileiros se automedicam, um aumento de 14 pontos percentuais em relação a 2014.
Os principais medicamentos usados por conta própria são:
- Analgésicos: 64%;
- Antigripais: 47%;
- Relaxantes musculares: 35%.
Além disso, sintomas como ansiedade, estresse e insônia também são motivos para automedicação em pelo menos 6% da população.
