A estrutura metálica de cinco metros de altura chama atenção de quem passa pela praça da Igreja Santa Cruz, no Centro de Araraquara. Instalado no início deste mês, o objeto ainda é visto com desconfiança.
“Para que serve isso?”, perguntou a aposentada Vilma Maria Bernardo, de 60 anos, ao passar pelo cruzamento da Rua São Bento com a Avenida José Bonifácio.
O objeto em questão é chamado de totem de referência de segurança pública. É o primeiro de quatro equipamentos que serão instalados pela prefeitura em pontos com grande concentração de pessoas na região central da cidade.
Além de monitorar o entorno da igreja, com uma câmera de inteligência artificial de 360º, o objeto também tem um canal direto com a Guarda Civil Municipal.
“Esse equipamento permite a comunicação direta com o Centro de Operações e Inteligência da Guarda Civil Municipal. Aperte o botão vermelho para solicitar informações ou comunicar uma situação de risco, ou emergência“, orienta o aviso fixado na estrutura.
O secretário municipal de Segurança Pública, Coronel João Alberto Nogueira Junior, explicou que o totem funciona como um “interfone”, com o qual os agentes conseguem identificar e ajudar o solicitante.
“Ele aperta o botão e toca na central da Guarda. Quando isso acontece, é possível visualizar a imagem dele através de uma câmera frontal. O guarda municipal que atender vai dar a orientação que precisar“, explicou.

A partir do chamado, o agente irá avaliar qual medida a ser adotada: se apenas uma informação ou o envio de uma viatura da GCM ou da Polícia Militar ao local.
Para a aposentada, o totem deve aumentar a sensação de segurança. Ela contou que deixou de frequentar o Centro da cidade à noite por medo.
“A cidade cresceu e tem pouco policiamento. Então, nós precisamos de mais segurança”, afirmou.
Outros três totem iguais serão instalados na Praça Pedro de Toledo e da Matriz, e no cruzamento da Rua Nove de Julho (R.2) com a Avenida Espanha.
Segundo o secretário, a finalidade principal do totem é o monitoramento e, com isso, promover a sensação de segurança de quem está circulando por esta região da cidade.
A dona de casa, Flaviana de França Bezerra dos Santos, 36, disse esperar que o totem aumente a sensação de segurança e reduza a criminalidade no local.
“Vai ajudar bastante a segurança. Hoje em dia, tem muita violência, não dá para bobear e quanto mais jeitos de pedir ajuda, melhor”, defendeu.

‘DEDO DURO’
Em novembro, 140 equipamentos com inteligência artificial entraram em funcionamento em Araraquara. O número de câmeras “dedo-duro”, por exemplo, que fazem a leitura de placas de veículos, saltou de seis para 40. Ao todo, foram investidos pouco mais de R$ 1 milhão.
Os equipamentos, que constituem a chamada ‘Muralha Eletrônica’, foram instalados nos acessos à cidade e nos principais corredores com tráfego de veículos.
Os novos equipamentos substituíram os 38 que faziam o monitoramento. Além de fazer a leitura das placas, as câmeras também fazem a contagem de veículos para fins estatísticos.
De acordo com o coronel, as câmeras também podem ser utilizadas para flagrar infrações de trânsito, como uso de celular ao volante e não uso do cinto de segurança. Porém, para isso, é preciso que os condutores sejam avisados sobre a fiscalização da via.
“Atendendo aquilo que prevê a resolução do Conselho Nacional de Trânsito, estas câmeras podem também ser utilizadas para a fiscalização de trânsito, desde que a constatação da infração seja feita on-line, ou seja, que o guarda municipal esteja observando no momento em que a infração ocorreu e desde que haja a sinalização de que a via é monitorada”, explicou.