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EconomiaEm um ano, 4,5 mil pessoas ficam inadimplentes em Araraquara

Em um ano, 4,5 mil pessoas ficam inadimplentes em Araraquara

Atualmente, mais de 83 mil pessoas estão com o nome negativado – o equivalente a 34% da população

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34% da população de Araraquara têm contas em atraso (Foto: Amanda Rocha/ acidade on) 
34% da população de Araraquara têm contas em atraso (Foto: Amanda Rocha/ acidade on) 

“Pobre não tem lazer. Nosso lazer é assistir um filme, televisão, ficar em casa. Não tem dinheiro para sair; ninguém come mais nada. É o básico: comer arroz, feijão, ovo e uma coxinha de frango, que é o que têm dado para comprar”, desabafou o desempregado José Pedro da Silva Filho, de 60 anos. 

Ele faz parte de uma estatística que cresceu em Araraquara no último ano: a de pessoas que estão inadimplentes, ou seja, que não conseguem quitar as suas contas em dia. De 2021 a 2022, mais de 4,5 mil pessoas tiveram seus nomes negativados.

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Segundo dados da Serasa Experian, levantados a pedido do acidade on, em outubro do ano passado, 78,5 mil pessoas estavam inadimplentes. Este número saltou para 83,1 mil no mesmo mês deste ano – alta de quase 6%.

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O José e a esposa estão desempregados. Para ele, entrar no mercado de trabalho aos 60 anos é ainda mais complicado. Sem emprego e aposentadoria, o casal paga apenas o que é necessário, como as despesas com supermercado. 

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“Você não consegue emprego, não consegue aposentar porque não tem o tempo de contribuição e nem a idade”, disse. “A gente paga uma conta e outra a gente deixa, parcela. A vida tá assim”, completou.

Para o economista Eduardo Rois Morales Alves, a situação é preocupante, já que o número de inadimplentes corresponde a 34% da população de Araraquara. Ou seja, pessoas com restrição de renda, sem poder de compra e com seus orçamentos familiares comprometimentos.

“Isso explícita uma situação que conflita com dados oficiais. Por exemplo, desde julho do ano passado, o desemprego vem em queda no Brasil e também em Araraquara, pelos números que CAGED [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados] nos traz mês a mês. Porém, apesar disso, esta obtenção de renda, pelo trabalho, pela retomada do emprego, está sendo insuficiente para tirar as pessoas da inadimplência e pior que isso: as famílias se mantêm em nível de pobreza”, destacou.

“Esperava-se que, com o aumento do nível de emprego formal, principalmente, que está inadimplência diminuísse”, completou. 

Inadimplentes cresceram quase 6% em um ano (Foto: Amanda Rocha/ acidade on) 
Inadimplentes cresceram quase 6% em um ano (Foto: Amanda Rocha/ acidade on) 

A Norma de Azevedo Moreira, 77, sobrevive com a aposentadoria no valor de um salário mínimo. Há um ano, ela ainda trabalhava para complementar a renda, mas, desde então, está sem emprego. 

Atualmente, a aposentada tem quatro contas de energia elétrica em atraso. Para não passar fome, recorreu às cestas básicas entregues por uma igreja.

“Estou sem serviço, não tem emprego. Não tem sido fácil, fui pedir uma cesta básica na igreja para não passar fome. Esta cesta que me equilibra um pouco”, desabafou. “Precisava baixar um pouco o [preço do] mercado, está tudo muito caro, não dá para aguentar, não”, concluiu.

O QUE FAZER?

De acordo com o economista, a orientação é buscar o reequilíbrio das contas com incremento de renda e, nos casos de quem tem emprego formal, utilizando parte do 13º salário para negociar dívidas em atraso. 

“Pessoas com a renda mais baixa têm no crédito uma salvaguarda importante para os momentos de necessidade, de aperto, e permanecer na inadimplência impende à obtenção deste crédito. O crédito consciente, obtido por necessidade, com ponderação, é fundamental para o fluxo normal, para a qualidade de vida das famílias no decorrer do ano”, concluiu. 

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