- Publicidade -
Economia'Onde ela quiser': empresárias de Araraquara falam sobre desafios e resiliência no 8 de Março

‘Onde ela quiser’: empresárias de Araraquara falam sobre desafios e resiliência no 8 de Março

Levantamento do Sebrae mostra que 42% das empresárias presenciaram situações de preconceito contra outra mulher à frente de uma empresa e 25% já sofreram na própria pele atitudes discriminatórias

- Publicidade -

O número de empreendedoras que decidiram tocar o próprio negócio vem crescendo cada dia mais no Brasil. Em 2023, eram mais de 10 milhões de donas do próprio negócio.

Mas nem tudo são ‘flores’ e os desafios muitas vezes vem em dobro. Um levantamento do Sebrae mostra que 42% das empresárias presenciaram situações de preconceito contra outra mulher à frente de uma empresa e 25% já sofreram na própria pele atitudes discriminatórias. Já o sentimento de segurança e autoconfiança é compartilhado por 70% das entrevistadas pelo Sebrae.

- Publicidade -

No Dia da Mulher, conheça histórias de resiliência em negócios de sucesso idealizados por mulheres em Araraquara.

Resiliência é a base do ‘negócio’

Foi na sala de sua casa, em um dia 8 de março que Meire Alves começou sua trajetória como empresária no ramo de vestuário, em Araraquara.

Na época, em 1996, ela já tinha um filho de um ano para sustentar e uma extensa lista de registros em sua carteira de trabalho.

Começou muito nova, trabalhando como arrumadeira aos 13 anos. Depois remalhadeira, babá, vendedora. A Meire foi muitas profissionais.

Mas foi trabalhando com moda, sonhos, ternos e vestidos de noiva que ela se encontrou, primeiro com a sogra, e depois na sala de casa. Sem internet ou muito dinheiro no bolso em 1996, as estratégias de marketing eram um pouco diferentes.

- Publicidade -

“Naquela época eu ia no cartório toda semana, pegava o nome dos noivos, de quem ia casar, aí eu ia para a lista telefônica, naquelas páginas amarelas, procurava ali o telefone das pessoas, ligava e oferecia meu trabalho”, contou a empresária.

Com um tempo o negócio foi crescendo e mudando e a sala de casa, no Melhado, ficou pequena. De aluguel de vestidos de noiva, a marca de Meire acabou se transformando em uma revenda de gripes luxuosas na Fonte, em uma loja que construiu com muito suor e dedicação.

Nada foi fácil para ela, e no meio de todo esse processo, a Meire perdeu uma filha para o câncer aos 9 anos. “Fez tratamento um ano meio, um câncer no cérebro, estava construindo a loja nessa época. Foi muito difícil, só tinha motivo para desistir. Aprendi que a gente escolhe, ou a gente deita e fica deprimida na cama, ou a gente levanta e tenta fazer diferente”, disse a empresária.

Assim como muitas brasileiras, a resiliência – palavra que exprime a capacidade de se reconstruir e reinventar – sempre esteve presente em sua jornada.

Hoje, olhando para trás a empresária reconhece que a determinação foi fundamental para chegar onde chegou. “O que eu aprendi nessa trajetória toda é não desistir. Quando você tem o foco, você olha lá, lógico, tem as dificuldades, você vai cair, você vai levantar e você vai atingir”, concluiu.

Empoderamento na ‘peita’

O ano era 2020. Délia Freitas, economista e consultora de empresas na época, começou a se encantar pelo feminismo e a luta política das mulheres.

“Por inclinações pessoais, comecei a estudar e pesquisar mais sobre o feminismo, e quando eu comecei a ler mais livros sobre o tema”

Por causa da pandemia, a demanda por produtos vendidos on-line cresceu exponencialmente, assim como o acesso à informação pelas redes sociais. Unindo uma luta pessoal com as reivindicações do mercado, ela criou uma marca de camisetas feministas, a The Feminist T-Shirt.

“Percebi que marcas que tinham essa bandeira como um tema, elas não conseguiam, de fato, ir a fundo no que é o feminismo, e eu comecei a sentir uma falta, porque eu queria usar camisetas com frases que me representassem e que representassem essa luta que eu acredito.”

Hoje com mais de 65 mil seguidores no Instagram, a empresa já cresceu oito vezes. “Pensei que pudesse ser, talvez, algo legal, aliar realmente o vestuário com uma ideia do feminismo de forma mais aprofundada, né, que é o que a gente tenta fazer na marca com os conteúdos. Cada estampa das nossas camisetas acompanha um texto explicando o porquê daquela estampa, com base na teoria feminista. Então, além de vender as peças, a gente vende toda uma experiência de informação e conhecimento mesmo sobre o tema”, disse Délia.

A misoginia no mercado

Um dos desafios da empresária é encarar a misoginia dentro do mercado. Em uma situação que foi parar na Justiça, uma cliente que fez uma encomenda recebeu a embalagem do produto – entregue por uma empresa de transportes – com uma frase machista: ‘E a louça? lavou?”.

Além disso, até hoje, ela sofre com haters nas redes sociais. “”sempre a gente recebe algum comentário de algum homem falando ‘começou o mimimi’, esses termos que eles usam sempre para nos desacreditar”, relatou Délis.

- Publicidade -
Raquel Baes
Raquel Baeshttps://www.acidadeon.com/araraquara/
Raquel Baes é formada em Jornalismo pela Universidade de Araraquara (Uniara) desde 2018. Passou pelas redações do Portal g1, EPTV Central e atualmente escreve para a editoria de Lazer e Cultura do acidade on Araraquara
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -