O escritor Ignácio de Loyola Brandão, o dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, a cantora Liniker, e as jogadoras de futebol Bia Zaneratto e Luciana Dionísio. O que essas personalidades têm em comum?
Figuras notórias que nasceram ou passaram pela Morada do Sol, as personalidades artísticas e esportivas ganham espaço permanente em paredes das ruas do Centro de Araraquara.
Os registros fazem parte do projeto “Páginas de Concreto – Memórias Araraquarenses”, produzidos pelo artista Jota Aracê, grafiteiro e muralista de 33 anos.
“Uma forma de homenagear algumas pessoas aqui da cidade, que o pessoal mais novo às vezes, porventura, pode não conhecer e não saber da importância. A ideia era fazer uma homenagem para todas essas pessoas em vidas, como no caso do Inácio, da Liniker, da Bia da Ferroviária”, disse o artista.
O grafiteiro começou à transferir as figuras do papel para as paredes no no final de setembro, mas teve que pausar o projeto para finalizar outros trabalhos. Segundo o artista, as pinturas devem ser concluídas em cerca de uma semana.
Apenas um dos homenageados, o dramaturgo Zé Celso acabou falecendo no dia 6 de julho, antes do projeto sair do papel. “No meio desse processo ele acabou vindo a falecer infelizmente, né?”, completou Aracê.
Como páginas de um livro
O rosto de Zé Celso se encontra na Avenida José Bonifácio. Já a cantora Liniker pode ser facilmente reparada na Rua 5 (Voluntários da Pátria), a alguns quarteirões da Praça das Bandeiras, onde a artista confessou passar com frequência quando morava em Araraquara. O rosto de Loyola não poderia estar em outro espaço, senão na fachada Biblioteca Mário de Andrade.
As atletas Bia Zaneratto (ex-Ferroviária) e Luciana Dionizio (atual goleira na equipe das Guerreiras Grenás), ganham homenagem no muro da Etec de Araraquara, na Rua 3 (São Bento).
Todas as ilustrações farão parte de um circuito que será mapeado e disponibilizado em QR Code, junto com as informações de cada personalidade importante para a cidade.
“É uma sequência, e por isso chama Páginas de Concreto, porque você vai de uma página para outra. A ideia é que as pessoas percorram a cidade como se elas estivessem folheando um livro, de biografias de Araraquara”, explicou Aracê.
O projeto será entregue com quatro “páginas”, mas segundo o artista, é só início de outras histórias que poderão ser “escritas” e desenhadas nas paredes e nos caminhos dos habitantes da Morada do Sol.
“Isto que é um ponto interessante do projeto, que ele não tem fim, a gente pode ir fazendo essas páginas e ir aumentando esse livro”, finalizou Aracê.