Com faixas e cartazes em defesa da educação e contra o presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), estudantes da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, a Unesp, realizaram paralisação nesta terça-feira (18) em frente ao campus de Araraquara.
A ação, segundo os organizadores, ocorre em todo o País e foi convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade que representa os universitários em todo o País. A mobilização em Araraquara começou cedo, com um “trancaço” dos portões da faculdade, às 5 horas.
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Ao acidade on, a presidente do Diretório Acadêmico “Waldemar Saffiotti” (DAWS), da Química, Maria Augusta Haddad, explicou que a mobilização ocorreu devido aos recentes cortes do governo federal no ensino superior, além do que classificou como sucateamento das universidades.
“A Unesp, por mais que seja uma universidade estadual, adere a isso, porque além dos confiscos, percebemos que ao longo do governo Bolsonaro só tem projetos de sucateamento da educação, então tudo o que ele pôde cortar até agora, ele cortou”, introduziu.
“Fora isso, não acreditou na ciência em meio à pandemia, nega a ciência, a pesquisa, fala que estamos fazendo balbúrdia e vemos que não é assim, pois a Unesp Araraquara tem uma influência grande, inclusive, na cidade, auxiliando no combate à pandemia”, completou.
A estudante de Química e presidente do DAWS reforçou ainda que entre as pautas do movimento estudantil da Unesp está os apoios aos candidatos petistas à presidência Luiz Inácio Lula da Silva e ao governo de São Paulo Fernando Haddad.
“Estamos na véspera do segundo turno, dia 30, e também nos posicionamos contra a eleição do Tarcísio e do Bolsonaro, pois vemos que com eles no poder, vai continuar o projeto de desmonte. Inclusive, Tarcísio não cita as universidades estaduais no seu projeto político”.
Já o presidente do Centro Acadêmico “Celso Furtado” (CACEF), do curso de Economia, Lucas Marçal, ressaltou a participação de estudantes, servidores e funcionários terceirizados da universidade. Em sua avaliação, não há mais como aceitar cortes no orçamento das universidades.
“Desses quatro anos de governo Bolsonaro, o MEC foi o ministério que mais teve corte no orçamento. Um terço de tudo que o governo cortou foi na educação, então a pauta da paralisação é a educação, tanto que nossa faixa está escrito em letras garrafais: paralisação pela Educação”, destacou.
Marçal explicou ainda que a mobilização não ocorreu somente na Unesp Araraquara, mas em outras universidades estaduais paulistas, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de São Paulo (USP), tanto na capital como no interior.
“É todo o movimento estudantil mostrando sua força nesse momento delicado das eleições para defender a educação e para colocar em pauta a nossa continuidade nos próximos quatro anos, pois entendemos que não dá para aguentar mais quatro anos de cortes na educação com Bolsonaro e Tarcísio”, concluiu.
Além do trancaço, o movimento em Araraquara contou com outras atividades ao longo do dia, como roda de conversa sobre “desmonte na Unesp” e “a permanência que queremos”, almoço coletivo e caminhada até a Praça Santa Cruz, no Centro da cidade.
