A Câmara de Araraquara repudiou a ameaça de morte sofrida pela vereadora e deputada estadual eleita, Thainara Faria (PT). A parlamentar cumpria agenda em Brasília e precisou deixar a capital federal escoltada pela polícia, após ameaças recebidas por e-mail.
O presidente da Casa, vereador Paulo Landim (PT) considerou o caso como “ódio gratuito” e “uma das mais repugnantes demonstrações de racismo e de LGBTfobia”, e disse que o legislativo de Araraquara presta sua solidariedade à vereadora.
Landim também informou que está adotando todas as medidas para “garantir a segurança da parlamentar nas sessões e em suas agendas externas”.
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“Essa ameaça grave já foi encaminhada aos setores de investigação e segurança para que medidas urgentes sejam implementadas, visando preservar a integridade física da vereadora de Araraquara, já diplomada como deputada estadual em São Paulo”, disse o presidente da Câmara.
Thainara Faria deixa sua cadeira na Câmara de Araraquara em fevereiro, antes de tomar posse, em março, como deputada estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
“A Thainara é uma gigante nessa luta, por isso incomoda tanta gente. É minha companheira de bancada e de lutas dentro do Partido do Trabalhadores há muito tempo. Sei da sua idoneidade, da sua força e das suas batalhas”, afirmou Paulo Landim.
Na manhã deste domingo (22), o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), também se manifestou sobre o assunto, disse que as ameaças são “um exemplo do Brasil que não queremos” e que está junto com a parlamentar “nesta jornada”.
“Essas atitudes homofóbicas, racistas, que se escondem no anonimato típico da doente covardia, precisam ser combatidas com muita firmeza. Espero que as autoridades investiguem e encontrem a autoria”, escreveu.
ENTENDA
Na sexta-feira (20), a parlamentar recebeu um e-mail com ameaças de morte. Ela participou do 1° Encontro de LGBT+ Eleites, promovido pelo grupo Vote LGBT, juntamente com outras 13 parlamentares eleitas para o Congresso Nacional e Assembleias Legislativas estaduais.
No e-mail, o homem que se apresenta como Anderson Rocha Ludovico de Meneses, de 37 anos, diz que está “cansado de macacas gayzistas, como você, pregando o racismo contra homens brancos e de bem”. Ele afirma ainda estar farto “dessa sociedade onde os bons costumes estão prestes a ruir”.
O e-mail revela detalhes de como o crime seria cometido, mas que serão preservados pelo acidade on. O autor das ameaças diz que comprou uma pistola com munições e uma passagem só de ida para Brasília.
Em vídeo gravado dentro de um carro em movimento, a parlamentar explicou que estava a caminho de um lugar seguro e que iria se ausentar por um tempo das redes sociais.
Só que o medo não vai me paralisar, eu vou proteger a minha vida, não quero ser semente de nada, tenho muito a trabalhar e a contribuir com o povo do Estado de São Paulo e do Brasil. As nossas movimentações incomodam e é muito triste saber a insegurança que a gente passa. Hoje, graças a Deus, dentro do governo Lula, recebi todo apoio do ministério da Justiça e da Segurança, estou recebendo apoio também escoltada para um lugar de segurança, mas quero dizer para vocês que a gente vai se organizar e continuar trabalhando. Muito provavelmente eu me ausente das redes sociais por questão de segurança mesmo, para resguardar a minha vida”, explicou.
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