Para o Sismar (Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região), o governo Edinho Silva (PT) utilizou o prazo da lei eleitoral para “manipular” a negociação de reajuste salarial da categoria. A proposta de 5% foi aprovada pela Câmara nesta quinta-feira (4) e deve entrar em vigor a partir do dia 1º de maio.
Pela legislação eleitoral, reajustes acima da inflação só podem ser concedidos dentro do período de seis meses que antecede à eleição. Agora, o texto aprovado deve ser sancionado pelo Executivo até sexta-feira (5).
O reajuste ficou distante da reivindicação da categoria, que pedia 4,62% de reposição inflacionária, além de 12% de aumento real referentes às perdas acumuladas.
Na avaliação do sindicato, os servidores aprovaram a proposta, em assembleia na última quarta-feira (3), não por concordarem com os percentuais, mas “porque o governo Edinho manipulou de tal forma a negociação, que o prazo da lei eleitoral se impôs, e não havia alternativa.” (Confira a íntegra da nota)
“Ou aprovava como está, ou a categoria perderia ainda mais”, disse o Sismar em nota.
No Projeto de Lei enviado à Câmara, a Prefeitura explicou que a proposta deve impactar em R$ 2 milhões mensais e R$ 25 milhões anuais as despesas com pessoal. Outra justificativa é a dificuldade para aumentar a arrecadação.
Porém, o Sismar contestou a informação. Segundo o sindicato, a arrecadação aumentou acima da inflação entre 2017 e 2023, passando de R$ 737 milhões para R$ 1,36 bilhão.
Em nota, o Sismar associou ainda o prefeito Edinho Silva e o ex-ministro da Economia, do governo Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes, como dois nomes de peso da política brasileira que deixaram servidores por dois anos sem aumento.
Procurada, a Prefeitura de Araraquara não retornou até o fechamento desta reportagem. Tão logo isso ocorra, uma atualização pode ser publicada neste conteúdo.
