A Prefeitura de Campinas passou a recomendar “fortemente”, a partir desta quinta-feira (2), o uso de máscaras de proteção contra a covid-19 em lugares fechados e em eventos de massa.
A nova orientação foi discutida em uma reunião na manhã de hoje. A medida ocorre após o Comitê de Medidas de Vigilância em Saúde do governo de São Paulo voltar a recomendar o uso de máscara em locais fechados devido a uma nova alta de casos de covid-19. A recomendação foi anunciada na última terça-feira (31).
Vale lembrar que desde o dia 18 de março o uso de máscara em locais fechados não é mais obrigatório na cidade, exceto em escolas, serviços de saúde, tranporte e Instituições de Longa Permanência de Idosos (veja abaixo).
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ALERTA
Em meio a recomendação, a secretaria de Saúde também fez um alerta para que a população complete o esquema vacinal contra a covid-19.
“Além do uso da máscara, é importante que a população complete o seu ciclo vacinal. Tanto para o primeiro ciclo quanto para as doses de reforço”, pontou a Prefeitura em nota.
A RECOMENDAÇÃO
Segundo a Prefeitura, em eventos de massa a recomendação é do uso independente de serem locais fechados ou abertos. Durante o anúncio, a Administração relembrou ainda que ainda mantém restrições.
“O município reforça que, diferente do Estado, anteriormente, foi mais restritivo, levou em conta não somente a covid mas o contexto de todas as doenças respiratórias e, por meio de decreto, manteve uso de máscaras nos serviços de saúde, em ambientes fechados das escolas, Instituições de Longa Permanência de Idosos e no transporte público. Também manteve a recomendação de uso em vários lugares e ocasiões, inclusive por pessoas com sintomas respiratórios e pessoas vulneráveis, tais como idosos, gestantes e imunossuprimidos”, informou o texto.
ONDE AINDA É OBRIGATÓRIO?
Apesar da recomendação, o uso de máscara não é mais obrigatório na cidade desde março em locais abertos e fechados, com exceção de:
– Instituições de ensino, públicas ou particulares
– locais destinados à prestação de serviços de saúde, tais como hospitais, ambulatórios, unidades de pronto atendimento, prontos-socorros, centros de saúde, laboratórios clínicos, clínicas médicas, odontológicas, fisioterápicas e afins;
– meios de transporte coletivo de passageiros, públicos e privados, transporte individual de passageiros (táxis e transporte por aplicativos), transporte escolar e fretados e respectivos locais de acesso, embarque e desembarque;
– Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) para trabalhadores e visitantes.
Também segue obrigatório o uso de máscaras por pessoas suspeitas ou confirmadas de doenças respiratórias transmissíveis em ambientes abertos ou fechados.
MOTIVAÇÕES
Segundo o Comitê estadual, a decisão de recomendação foi tomada após o registro de um aumento nas internações por covid-19 no estado. Como é uma recomendação, cabe aos municípios transformar ou não essa recomendação em determinação.
RECOMENDAÇÕES DO COMITÊ ESTADUAL
A primeira das recomendações do Comitê é sobre a volta do uso de máscaras em ambientes fechados, ou seja, empresas, shoppings, comércios em geral, cinemas e teatros.
O comitê também recomenda que pessoas com comorbidades usem a máscara até em locais abertos.
Por fim, a terceira recomendação – quase que um apelo – é que todos completem o ciclo vacinal: que os idosos tomem a quarta dose e que todos os outros tomem a dose de reforço.
AUMENTO DE EXAMES E RESULTADOS POSITIVOS
Em Campinas, laboratórios da cidade registraram aumento na procura por exames e testes de covid-19 nas últimas semanas. Segundo um levantamento realizado pela EPTV Campinas, algumas unidades da cidade tiveram uma busca até 88% maior em relação à primeira semana do mês de maio.
“Neste último mês nós tivemos um aumento considerável. Em relação ao começo do mês para hoje, nós tivemos um aumento de 158% de casos positivos. Tivemos, também, 88% de aumento na procura pelos exames”, informou a biomédica Karla Fernanda Fontoura de Carvalho Souza.
NOVA ONDA
A média móvel de casos na região de Campinas também subiu 63,5% na última semana, indo de 291 para 476 registros de 23 a 30 de maio, de acordo com a Fundação Seade. Para alguns especialistas, não há dúvidas de que estamos encarando uma 4ª onda da doença.
“Já foi registrado um aumento bastante significativo no número de casos. E que, na verdade, não se refletiu ainda em um número significativo no número de mortes”, afirma o epidemiologista André Ribas.