- Publicidade -
CotidianoFila de espera por cirurgia em Campinas ultrapassa 5 mil pacientes; ortopedia lidera ranking

Fila de espera por cirurgia em Campinas ultrapassa 5 mil pacientes; ortopedia lidera ranking

Para procedimento ortopédico há 1,5 mil pessoas aguardando pela cirurgia, que pode demorar mais de dois anos para ser realizada

- Publicidade -

 

- Publicidade -

Campinas tem mais de cinco mil pacientes que aguardam na fila de espera por uma cirurgia na rede pública municipal. Segundo o balanço mais recente, divulgado nesta terça-feira (2) pela Rede Mário Gatti para a reportagem da EPTV Campinas, 5.164 pessoas esperavam por cirurgias em diferentes especialidades médicas na cidade.

De acordo com o levantamento, a maior fila é para o procedimento ortopédico – com 1,5 mil pessoas aguardando pela cirurgia – que pode demorar mais de dois anos para ser realizada.

Apesar do número, a espera mais longa é no setor de neurocirurgia, que mesmo com 25 pacientes tem o tempo médio de espera de 1.246 dias. Ou seja, uma fila de 3,4 anos para o procedimento. O maior tempo de espera é registrado no Hospital Mário Gatti, que atende os casos de alta complexidade. 

A Prefeitura estima que em torno de 40% da demanda ainda seja causada pelos atrasos da pandemia de covid-19 (saiba mais abaixo).

Fila de espera por procedimentos na Rede Mário Gatti:

- Publicidade -
  • Ortopedia: 1.560 pacientes – com tempo médio de espera de até 815 dias
  • Cirurgia Geral: 1.431 pacientes – com tempo médio de espera de até 387 dias
  • Urologia: 1.034 pacientes – com tempo médio de espera de até 485 dias
  • Oftalmologia: 580 pacientes – com tempo médio de espera de até 107 dias
  • Cirurgia pediátrica:  417 pacientes –  tempo médio de espera não informado
  • Dermatologia: 117 pacientes – com tempo médio de espera de até 459 dias
  • Neurocirurgia: 25 pacientes – com tempo médio de espera de até 1.246 dias

MOTIVOS 

A Saúde estima que em torno de 40% da demanda ainda seja causada pelos atrasos da pandemia de covid-19.

Segundo o presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni, reformas nas unidades estão programadas para aumentar o número de procedimentos, mas enquanto os serviços acontecem, há expectativa que haja ainda mais atrasos nos procedimentos (veja mais abaixo).  

“Nós consideramos que é um número de delay de dois anos por causa da pandemia. Para tirar esse delay é um cálculo difícil, esperamos que em três anos consigamos absorver isso”, indicou.

Segundo o presidente da Rede, as cirurgias eletivas acabam dependendo do número de cirurgias de urgência e emergência, que têm aumentado no pós-pandemia.

“Nós temos três hospitais, o Mário Gatti, Ouro Verde e Mário Gattinho, que são porta abertas e a gente tem que priorizar urgência e emergência, e a eletiva depende disso. Se tem um aumento no volume de urgência e emergência, sobra menos espaço físico e falta equipe para fazer as eletivas”, explicou.

Bisogni ainda afirmou que a preocupação maior é com o alto número de pacientes na fila por ortopedia, e na espera demorada pelo procedimento de neurocirurgia. Ele explica que os casos estão diretamente relacionados ao aumento de acidentes.

“A ortopedia que é um número maior de pacientes que sofrem diretamente com os acidentes terem aumentado substancialmente pós-pandemia, principalmente acidentes de moto. Esse aumento gera uma demanda muito maior de cirurgias de urgência e emergência para ortopedia e neurocirurgia, que são afetados diretamente com isso”, explicou.

HOSPITAIS

Questionado em relação aos prazos de espera, o presidente da Rede explicou que procedimentos mais simples demoram menos para serem feitos, mas casos de alta complexidade estão demorando mais por falta de estrutura.

“As eletivas a gente difere de simples e alta complexidade. As simples estão indo razoavelmente bem, porque são operadas nos dois hospitais, tanto no Mário Gatti como no Ouro Verde. Já as de alta complexidade são operadas praticamente somente no Mário Gatti, e dependemos de UTI, e saber do grau de patologia que pacientes apresentam, e muitos deles são idosos e com muitas comorbidades. Então isso implica em ter uma estrutura para poder acomodar as cirurgias e equipe capacitada”, explicou.

“A gente acha razoável uma cirurgia eletiva esperar em torno de 180 ou 200 dias, essa distorção de mil e poucos dias é importante, e não é para acontecer”, completou, citando que são previstas reformas para aumentar a capacidade dos hospitais de Campinas.

O QUE VAI SER FEITO PARA MELHORAR?

De acordo com o presidente da Rede, hoje a cidade enfrenta falta de UTIs (Unidades de Pronto Atendimento) cirúrgicas e de maior estrutura de centros cirúrgicos – sendo que há programação para reforma no Hospital Mário Gatti, para aumentar o número de cirurgias realizadas na unidade de saúde.

“O hospital Mário Gatti vai completar 49 anos no meio deste ano, e ao longo do tempo sofreu adaptações, mas são adaptações que não condizem totalmente com necessidades tecnologia de hoje. A partir do meio do ano, ou mais para outubro, vamos começar reforma grande no centro cirúrgico, que vai abarcar o 4º andar, que onde saiu a pediatria”, explicou.

Segundo Bisogni, a obra deve construir UTIs para aumentar os procedimentos e ampliar os leitos cirúrgicos para o Pronto Socorro, com isso aumentando o número de cirurgias de alta complexidade. A reforma, no entanto, só vai acontecer após a finalização de uma obra na Central de Esterilização do Ouro Verde.

“Vamos esperar Ouro Verde ficar pronto para ele dar suporte para o Mário Gatti, porque enquanto o Ouro Verde está em reforma, o Mário Gatti que está dando suporte. A partir do momento em que Ouro Verde ficar pronto, reformamos o centro cirúrgico do Mário Gatti, sem interromper cirurgias”, afirmou.

MAS A POPULAÇÃO VAI TER QUE TER PACIÊNCIA

Indicando a realização de obras nos hospitais, o presidente citou que a Rede vai trabalhar para minimizar os problemas, mas a expectativa é de redução no número de cirurgias por causa dos trabalhos.

“Vamos ter problemas de reforma nos próximos 1 ano e meio, até o meio do ano que vem talvez, mas tudo isso para aumentar a nossa estrutura e o número de cirurgias. A medida que aumenta o número de cirurgias, damos conta de fazer mais eletivas. Estamos tentando trabalhar para minimizar o problema, mas sabendo que durante esse ano e o próximo vamos ter contingenciamento de cirurgias por causa das reformas. Achamos que conseguimos trabalhar diminuindo em torno de média anual uns 20%, mas vamos tentar compensar um hospital com o outro. Vamos trabalhar para tentar minimizar isso”, finalizou.

- Publicidade -
Mídias Digitais
Mídias Digitaishttps://www.acidadeon.com/
A nossa equipe de mídias digitais leva aos usuários uma gama de perspectivas, experiências e habilidades únicas para criar conteúdo impactante., com criatividade, empatia e um compromisso com a ética e credibilidade.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -