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CotidianoMaternidade de Campinas libera 10 leitos de UTI após Saúde autorizar desinterdição gradual

Maternidade de Campinas libera 10 leitos de UTI após Saúde autorizar desinterdição gradual

Segundo o hospital, nos últimos dias os leitos já estavam ocupados, sendo que a Cross não conseguia transferir todos os bebês desde a interdição feita pela Vigilância

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Fachada da Maternidade de Campinas (Foto: Denny Cesare/Código19)
Fachada da Maternidade de Campinas (Foto: Denny Cesare/Código19)

A Maternidade de Campinas informou nesta quarta-feira (8) que os 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal liberados para desinterdição, ontem, pela secretaria de Saúde, foram reabertos oficialmente nesta quarta-feira.

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Segundo o hospital, nos últimos dias os leitos já estavam ocupados, sendo que a Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde) não conseguia transferir todos os bebês desde a interdição das 20 estruturas, que aconteceu no dia 16 de fevereiro. Agora, no entanto, o funcionamento é oficialmente autorizado.  

A interdição dos 20 dos 40 leitos do hospital ocorreu após a constatação da falta de profissionais para atender bebês internados no setor de alta complexidade. Ontem, o Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) deferiu a desinterdição parcial: 10 dos 20 leitos bloqueados receberam autorização para funcionamento.

Desde o mês passado o hospital não conseguia de fato interditar todos os leitos – e chegou a ser autuado pela Vigilância por isso. Com bebês internados, o hospital dependia da transferência das crianças para outras unidades de saúde.

Apesar da sobrecarga das últimas semanas, de acordo com a direção do hospital, na manhã de hoje 23 dos 30 leitos estavam ocupados. Ou seja, atualmente o hospital funciona com a capacidade dentro do limite permitido.

A DECISÃO

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A decisão da desinterdição gradual dos leitos aconteceu após o hospital apresentar um plano de trabalho que atenda requisitos mínimos para funcionamento da estrutura. Agora, a unidade de Saúde e a secretaria estão em tratativas para reabrir outros 10 leitos.

Segundo o Devisa, com a retomada dos 10 leitos, “ficam mantidos os parâmetros necessários para o município de Campinas no atendimento de UTI neonatal”.

“A proposta para operacionalização do funcionamento com os 30 leitos prevê a reorganização da escala de profissionais da Maternidade, cumprindo todos os pré-requisitos da legislação necessários”, informou o órgão.

Ontem a Maternidade afirmou que estava aguardando a confirmação da medida com a publicação no Diário Oficial.  A Prefeitura, no entanto, não publicou a desinterdição hoje, alegando que não houve tempo hábil para publicação na edição desta quarta-feira.

Segundo a Administração, o texto será publicado na edição de quinta-feira, 9 de março, com data retroativa a 7 de março. Apesar do “atraso”, a liberação foi autorizada desde ontem.

RELEMBRE O CASO

A interdição na Maternidade de Campinas aconteceu no dia 16, após equipes da Saúde constatarem falta de profissionais para atender bebês internados no setor de alta complexidade do hospital. Seis dias antes, no dia 10, a unidade de saúde notificou à Saúde do município sobre um surto de diarreia no setor Neonatal.

Ao todo, três bebês morreram na unidade de saúde desde então. Porém, a Maternidade informou que o terceiro bebê que morreu não teve nenhuma relação com a gastroenterite e sim com a “prematuridade extrema” da criança.

IMPACTO E APURAÇÃO

A interdição causou impacto nas outras maternidades da cidade que atendem o SUS. No Hospital PUC-Campinas, a capacidade é de 20 leitos na UTI Neonatal, mas a unidade contava, na última sexta-feira (3), com 25 bebês, além de oito gestantes de alto risco que também estavam internadas na ala unidade.

No Caism, da Unicamp, a situação não é diferente. A UTI Neonatal estava com 160% da sua capacidade na sexta-feira. Por esse motivo, foram até improvisados leitos dentro do centro obstétrico, segundo informações da diretoria da unidade.

Além dos problemas com os órgãos de Saúde, o MP (Ministério Público de São Paulo) abriu inquérito para investigar as mortes de três bebês na Maternidade de Campinas, assim como supostas irregularidades na prestação de serviços. O documento foi assinado em 27 de fevereiro.

De acordo com o MP, uma inspeção realizada pelo Devisa mostrou inúmeras irregularidades estruturais, em processos de trabalho e na licença do banco de leite (leia mais aqui).

O QUE DIZ A MATERNIDADE?

Em nota, a Maternidade de Campinas destacou que “em seus 109 anos de existência, o Hospital Maternidade de Campinas sempre agiu de acordo com a ética médica e com as normas impostas pelos órgãos reguladores. A direção da instituição, como é de praxe diante de qualquer intercorrência, já adotou todas as medidas para a rigorosa apuração dos fatos. Desta forma, qualquer inquérito que venha a contribuir para a elucidação dos fatos terá a total colaboração da instituição”.

“A direção da Maternidade assegura que não tem medido esforços no sentido de disponibilizar todos os seus recursos materiais, técnicos e financeiros, além de toda a sua equipe de profissionais altamente capacitados para atender a grande demanda de pacientes de Campinas e da região. E, assegura, continuará, dentro das suas possibilidades, a prestar o melhor serviço possível para a comunidade. 

As deficiências que existem no sistema público de saúde ultrapassam a capacidade do Hospital Maternidade de Campinas resolver, cabendo ao poder público, em conjunto com a instituição, propor as soluções possíveis e plausíveis”, informa o hospital. 

O QUE DIZ O ESTADO

Em nota, o DRS (Departamento Regional de Saúde) informou que monitora a situação dos leitos neonatais e tem realizado reuniões com os gestores locais para o aumento da disponibilidade de leitos na região nas próximas semanas para garantir retaguarda à situação da Maternidade de Campinas.

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