Os preços da gasolina, do etanol e do GNV devem subir a partir desta quarta-feira (1º) em Campinas e região. Os reajustes ainda não foram definidos, mas o Recap (Sindicato dos Postos de Combustíveis de Campinas e Região) reconhece que os estabelecimentos deverão repassar os valores aos consumidores. A notícia pegou os motoristas de surpresa e gerou reclamações – veja mais abaixo.
Para o presidente do Recap, Emílio Martins, a volta da incidência dos impostos era inevitável e o reflexo deve afetar todo o mercado a partir de amanhã. “Para nós o ideal seria que o combustível continuasse com a carga de impostos atual, que está razoável para o poder aquisitivo do povo brasileiro”, reconhece.
“O que eu posso falar é que a desoneração custa hoje R$ 0,70 na gasolina e mais ou menos R$ 0,25 no etanol. Então, se 100% dessa desoneração acabar hoje, é isso que nós devemos ver nas bombas a partir de amanhã”, prevê ainda Martins.
Questionado sobre como e quando as distribuidoras devem aplicar os reajustes, o dirigente explica que as alterações já começaram. “Desde a semana passada nós estamos observando uma movimentação de preços. Algumas distribuidoras já estavam se antecipando. Principalmente aquelas que atendem postos sem bandeira. Esses estão sofrendo e pagando já a carga tributária inteira”, conta.
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CONSUMIDORES RECLAMAM
Em Campinas, quem decidiu encher ou completar o tanque nesta terça-feira e ficou sabendo da reoneração, lamentou os impactos que serão sentidos a partir de amanhã. Para os consumidores, a medida deve causar uma reação em cadeia, refletindo no transporte de mercadorias e no preço final de diversos produtos.
“Infelizmente atrapalha bastante, porque a gasolina afeta o preço dos produtos finais também né? Se a gasolina sobe, os produtos também precisam subir”, afirma um motorista que abasteceu o veículo nesta manhã na cidade. “Vou encher o tanque e aproveitar pra rodar”, planeja outro, que também esteve em um posto.
“Antes eu gastava R$ 70 por semana pra encher o tanque, agora vai pesar um pouquinho mais no bolso né? Pelo que estava antes, na pandemia, tinha melhorado bastante”, diz um motociclista. “O preço já está elevado né? Com essa carga tributária que vai incidir, vai onerar bastante”, reclama um motorista.
AINDA SEM DETALHES
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se reuniram nesta terça-feira (28) em Brasília para definir como será a volta da cobrança, mas a medida será detalhada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), durante a noite, às 19h. Existe a expectativa que a gasolina tenha uma cobrança maior do que o etanol.
A ideia, segundo apurou o jornal o Estado de S. Paulo, é que a nova tributação leve em conta a sustentabilidade ambiental e a proteção social ao impor uma carga mais alta a combustíveis fósseis. A Fazenda não explicou, porém, qual será o porcentual de reajuste, ou o valor em reais por litro de cada combustível, e apenas disse que a volta garantirá arrecadação de R$ 28,8 bilhões neste ano.
Antes da desoneração feita pelo governo anterior em 2022, a cobrança das alíquotas era de até R$ 0,69 por litro da gasolina e de R$ 0,24 para o etanol.
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