Seis das 10 maiores cidades da região estão sem doses da vacina bivalente contra a covid-19. Em Campinas, o estoque já estava em esgotamento na semana passada, com cerca de 50 doses disponíveis mas que já acabaram. Segundo o Ministério da Saúde, não há uma data definida para entrega das novas vacinas.
O imunizante garante proteção contra as variantes do vírus, principalmente para quem tem imunidade baixa. Essa instabilidade na entrega de doses pelo governo federal já vem acontecendo há meses no estado de São Paulo.
Estoque da vacina bivalente contra covid-19 na região
Além de Campinas, também estão sem a vacina bivalente contra covid-19: Limeira, Sumaré, Hortolândia, Santa Bárbara D’oeste e Valinhos.
Já em outras cidades, os estoques estão no fim: Piracicaba, Indaiatuba e Americana.
A situação só não é tão dramática em Vinhedo, que, segundo a Prefeitura, tem ainda 540 doses da vacina bivalente nas unidades.
Cenário da doença em Campinas
Apesar da cidade estar em alerta para a dengue, os números de infectados da covid-19 continuam subindo em Campinas. Neste ano, 6.512 moradores foram infectados e 40 deles morreram por causa da doença.
A secretaria de Saúde confirmou, nesta terça-feira (9), que os estoques de vacina bivalente contra a covid-19 estão zerados em todos os centros de saúde da cidade. De acordo com a Pasta, foram solicitadas novas doses ao Governo de São Paulo, mas não há previsão de entrega. As doses provêm do Ministério da Saúde, mas a responsabilidade pela entrega para a cidade é do governo estadual.
“Essa situação é extremamente preocupante porque nós acabamos de sair de uma pandemia, mas para as pessoas parece que foi há milhões de anos”, disse o operador logístico Aldrein Oliveira.
A Prefeitura de Campinas comunicou que, desde que o imunizante começou a ser oferecido no ano passado, 243.300 doses foram aplicadas até hoje na cidade. Em 2024, apenas 8 mil pessoas conseguiram tomar a vacina por causa dessa instabilidade.
Mesmo com o estoque zerado para a bivalente, a Administração reforçou para que as pessoas busquem atendimento em caso de suspeita da doença, já que a avaliação clínica é o fator mais importante pra garantir a assistência adequada aos pacientes. Para diferenciar da dengue, essa análise é feita a partir de hemograma, que direciona essa assistência e é um exame que pode ser coletado em todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde).
Quem deve tomar a vacina bivalente?
O público que deve receber a bivalente é composto por:
- Pessoas a partir de 12 anos com baixa imunidade;
- Idosos;
- Gestantes;
- Pessoas com deficiência;
- Trabalhadores da saúde;
- Pessoas com comorbidades;
- População de rua;
- Pessoas do sistema penitenciário.
Situação crítica no estado
Em nota, o CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) do estado disse que nos meses de fevereiro, março e abril o Ministério da Saúde fez um repasse de doses contra a covid-19 (bivalente e pediátrica) inferior ao solicitado pelos grupos de vigilância epidemiológica. O centro de vigilância aguarda o recebimento de novas doses.
Ontem (9), o Ministério da Saúde deu uma entrevista para a imprensa e falou sobre essa questão da falta da bivalente. A Pasta lembrou que o registro definitivo da vacina na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foi aprovado no ano passado. Como duas empresas oferecem as doses, foi feito um pregão, que já teve um vencedor.
A expectativa é que a empresa vencedora assine o contrato nesta semana, em que teria sete dias para a entrega das doses, segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. Com isso, ainda não há uma data definida para o imunizante chegar às cidades da região de Campinas.
*Com informações de Helen Sacconi/EPTV Campinas
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