O número de crianças internadas nos hospitais de Campinas tem aumentado nos últimos meses. A alta de bronquiolite e SRAGs (síndromes respiratórias agudas graves) preocupa e reforça os cuidados necessários para evitar novos casos.
Com o atendimento pediátrico restrito por 48 horas por conta da lotação no HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp, o coordenador adjunto do PS (pronto-socorro) especializado, Marcelo Reis, explica que o local sofre com as doenças sazonais.
“Não temos mais onde colocar pacientes, porque nós temos a bronquiolite, que é uma doença sazonal que afeta crianças de até 3 anos. É uma doença que dura até 10 dias. Se a gente tiver um fôlego, podemos ter mais leitos disponíveis”, detalha.
Até o fim da manhã desta terça (19) os 20 leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) pediátricos estavam ocupados, assim como os 36 de enfermaria. Com isso, oito crianças esperavam vagas no PS, segundo os gestores do hospital.
Deste total, quatro ocupantes eram pacientes crônicos com problemas pulmonares, renais e de pâncreas. A Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde) também pedia mais oito vagas para internação de menores de outras cidades.
O QUE FAZER?
Para o chefe da pediatria do Centro Médico de Campinas, Alfredo Lopes, é hora de redobrar cuidados básicos com as crianças, especialmente as de zero a cinco anos de idade. Para isso, alguns cuidados básicos e já conhecidos devem ser seguidos.
“Esse é o momento que as crianças, principalmente as menores de um ano, devem ficar em casa. Devem evitar ir a supermercados, shopping centers e festinhas de crianças. Nós estamos sem leitos para cuidar de crianças com bronquiolite”, afirma.
Para evitar a contaminação por vírus respiratórios no outono e no inverno, não enviar as crianças com sintomas de resfriado para a escola também diminui a chance de contágio entre os colegas e o risco de internação por complicações.
“Nem todo resfriado, febre, tosse, ou coriza gera necessidade de levar ao médico. O pai deve procurar tratar essa criança em casa, principalmente se ela estiver espertinha. Só deve levar se tiver falta de ar, ou febre descontrolada”, pontua.
HIGIENIZAÇÃO
Mais comum essa época do ano, o vírus sincicial sobrevive até 24 horas em superfícies planas. Por esse motivo, uma escola particular de Campinas reforçou a adoção de medidas que ganharam força na pandemia em salas e locais fechados.
Além de um kit com papel toalha e álcool 70% pra higienizar as mesas e cadeiras, a gerente administrativa da unidade, Ana Cláudia Ferreira de Camargo, diz que há álcool gel para uso de todo nos corredores e o uso de máscara é fiscalizado.
“Nós fazemos o aferimentos das temperaturas na entrada. Todas as nossas salas são bem arejadas e nós fazemos o acompanhamos com as professoras, que observam as crianças com sintomas para avisar os pais”, justifica a educadora.
SITUAÇÃO PREOCUPANTE
Além da suspensão de novas internações no HC, Campinas também tem 11 pacientes na fila de espera por vagas na enfermaria infantil do SUS Municipal, já que todos os 59 leitos existentes estão em uso, segundo a secretaria de Saúde.
A cidade também divulgou que as UTIs exclusivas para crianças recebem atualmente 91 crianças. Conforme o boletim, a taxa corresponde a 86,6% do total de 105 leitos. Há 14 vagas disponíveis. Dos 90 pacientes, 56 estão com SRAG.
Os leitos de UTI infantil estão disponibilizados da seguinte maneira:
SUS Municipal – 34 leitos; dos quais 33 estão ocupados, o que equivale a 97% de ocupação. Há um leito disponível.
SUS Estadual – 20 leitos, dos quais 19 estão ocupados, o que equivale a 95% de ocupação. Há 1 leito livre.
Particular – 51 leitos, dos quais 39 estão ocupados, o que equivale a 76,4% de ocupação. Há 12 leitos disponíveis.