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CotidianoCliente acusado de racismo contra entregador em Artur Nogueira diz que "fez besteira"

Cliente acusado de racismo contra entregador em Artur Nogueira diz que “fez besteira”

Motoboy diz que espera justiça; caso foi registrado como injúria racial na Delegacia de Artur Nogueira

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Juan foi ofendido após uma entrega (Foto: Reprodução/ EPTV Campinas)

O homem acusado de racismo contra um entregador de um restaurante de Artur Nogueira disse estar arrependido e que “fez besteira” ao encaminhar o áudio com mensagens ofensivas. 

O motoboy do estabelecimento registrou ontem (8) um boletim de ocorrência, na Polícia Civil, por injúria racial cometida pelo cliente.  

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O restaurante é localizado no bairro Jardim Planalto. O cliente pediu a entrega de uma marmitex e, após receber, teria enviado áudio ao restaurante, com as ofensas raciais contra o funcionário. 

Nos áudios, o homem se refere ao funcionário como ‘entregador preto, cara de bandido’, e “chimpanzé” (veja mais abaixo). 

MENSAGEM ‘ERRADA’ 

O cliente não quis gravar entrevista, mas em conversa por telefonema com a reportagem da EPTV-Campinas disse estar arrependido. 

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“Não foi pra ele, pra empresa ou para o entregador. Foi para uma pessoa, um terceiro, só que em vez de mandar o contato do WhatsApp eu mandei para a empresa“, disse o homem, de 55 anos, afirmando que foi ao local para tentar se desculpar. 

“Quando eu cheguei no local, que eu tentei né, conversar com alguém pra pedir perdão, desculpas. Eu nem sei se isso ainda é viável né, pedir a essa altura, fiquei até com medo. O rapaz não quis falar comigo, nem nada”. 

Questionado sobre ser racista, o homem rebateu: “Eu? Jamais! Sou nada”. 

MENSAGEM QUE MACHUCA
 

O entregador Juan Willian Penteado Carvalho, de 24 anos, disse que nunca teve problema com clientes, e nem com homem que enviou os áudios. 

“Ele pediu mensagem pedindo marmita, e depois mandou o áudio. Depois ele mandou outro áudio pedindo desculpa, veio aqui querendo se desculpar, mas eu nem falei com ele”, contou. 

Juan conta que ficou chateado após ouvir as ofensas. “Eu fiquei abalado, é triste uma situação dessa. Agora é esperar que seja feita justiça. Pessoa fala que não existe pessoa assim ainda mas existe, e machuca muito”, relatou. 

O tio do motoboy contou que toda a família ficou chateada e indignada com a situação. “Fiquei chocado desse caso ter acontecido, eu acho que isso tem que acabar, pelos fatos, xingos que ele fez, doeu pra família, doeu pra ele, agora ele (o agressor) tem que pagar pelo que fez”, disse João Luiz Penteado. 

AS MENSAGENS
 

O áudio encaminhado ao restaurante foi obtido pela EPTV Campinas. Nas falas, o cliente ofende o entregador Juan Willian Penteado Carvalho, de 24 anos, por causa da sua cor da pele. No áudio ele diz: 

“Vou fazer um comentário racista porque eu odeio esse cara. Tinha que ser preto mesmo, preto filha da p**. Quando vem um entregador preto, cara de bandido, com nariz que parecendo um ‘chimpanzé'”. 

No áudio o homem, ainda fala da desconfiança que sentiu em relação ao entregador no pagamento. 

“Aquele lá… não fala bom dia, pega e digita o código lá, o valor e quer pegar o meu cartão para passar com aproximação. Eu falo: ‘dá a máquina por favor’. Eu preciso olhar o que o cara digitou, esse animal”, diz. E continua: 

“Eu acredito que ele me odeia por eu ser branco, alemão e velho… eu acho que ele me odeia, mas é um ódio de ambas as partes porque eu odeio aquele ‘chimpanzé'”.  



NA POLÍCIA
 

Um boletim de ocorrência de injúria racial foi registrado na Delegacia de Artur Nogueira pela vítima, de 24 anos. O caso será investigado pela Polícia Civil. 

Segundo o delegado Lúcio Petrocelli, o cliente deve ser ouvido nos próximos dias. 

O crime de injúria é previsto no Código Penal brasileiro quando ofensa é contra a honra de uma pessoa específica e usa elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem. A pena varia de 1 a 3 anos de prisão.

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