Dados divulgados pelo Observatório PUC-Campinas indicam que a RMC (Região Metropolitana de Campinas) foi responsável por 10,3% do fluxo de criação de empregos em São Paulo no mês de julho. No acumulado de 2022, 8,8% do emprego gerado no território paulista foi na RMC. Campinas, com 2.067, vagas, é a líder na geração de novos contratos (veja mais cidades abaixo).
Ao todo, os estudos feitos pelo Observatório PUC-Campinas contabilizaram 6.917 novos contratos de trabalho em julho. Em 2022, são 39.819 contratações. A coordenadora do trabalho, a economista Eliane Rosandiski, diz que o resultado da RMC comparado à participação histórica nas vagas do estado voltou a chamar a atenção por estar acima da média notada ao longo dos anos.
“A RMC concentra 7,5% do estoque de emprego paulista e nesse mês de julho gerou 10,3% do emprego paulista. No acumulado, 8,8% do emprego está associado ao dinamismo das atividades econômicas”, opina a professora. Além de Campinas, outras cidades próximas à metrópole também têm saldo positivo:
- Indaiatuba: 793
- Paulínia: 751
- Itatiba: 682
- Americana: 573
GÊNERO, ESCOLARIDADE E IDADE
Ainda conforme o boletim, a contratação de mulheres representou 41% do saldo de empregos na Região Metropolitana de Campinas. Nas faixas de escolaridade, 66% do saldo foi preenchido por profissionais com o Ensino Médio completo.
“Por faixa etária, os jovens de 18 a 24 anos tiveram participação relativa em 41% no saldo dos contratos gerados. Esse percentual é um pouco mais baixo do que a tendência registrada ao longo do ano, visto que a ampliação das faixas de 30 a 49 anos foi mais expressiva e, juntas, ocuparam 29% das vagas”, diz o boletim.
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SETORES
As atividades industriais e de comércio foram responsáveis, juntas, por 50% dos novos contratos. Além disso, no mês de julho, os segmentos de serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas perderam um pouco de dinamismo e geraram 10% dos postos. A construção civil foi responsável por pouco menos de 15% do saldo de vagas.
CONTEXTO E INFORMALIDADE
Positivos, os dados do emprego devem ser avaliados a partir do contexto nacional, segundo os pesquisadores. Isso porque o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que, apesar da recuperação da taxa de participação, o desemprego atinge 10 milhões de pessoas em todo o Brasil.
“Além disso, esse processo de recuperação do mercado vem ocorrendo em ocupações informais. Como resultado estima-se uma informalidade em torno de 37%”, aponta um dos trechos do texto do estudo que foi repassado à imprensa. Com isso, atualmente 62,6% das pessoas com mais de 15 anos trabalham.
E OS SALÁRIOS?
Por fim, o Observatório da PUC-Campinas aponta que o padrão de remuneração confirma o cenário adverso no mercado, visto que no ano há uma queda de 5% no salário médio dos ocupados. Entre aqueles que estão atualmente empregados com carteira assinada, por exemplo, a queda nos ganhos gira em torno de 4%.
“A despeito da recuperação observada, as incertezas provocadas pelo efeito negativo da inflação no poder de compra das remunerações continuam apontando para uma inevitável perda de potência da demanda interna como fator virtuoso de crescimento”, comenta a pesquisadora Eliane Rosandiski.
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