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CotidianoEstudo aponta queda do emprego para pessoas com deficiência na RMC

Estudo aponta queda do emprego para pessoas com deficiência na RMC

Dados apresentam um mapeamento relativo à inclusão dos trabalhadores no mercado de trabalho da região

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Pesquisa mostra queda do emprego para pessoas com deficiência na RMC (Foto: Agência Brasil)

Uma pesquisa realizada pelo Cesit (Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho), da Unicamp, apontou queda no mercado de trabalho para pessoas com deficiência na RMC (Região Metropolitana de Campinas). 

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Com o apoio do MPT (Ministério Público do Trabalho), o estudo fez um mapeamento da empregabilidade da categoria, incluindo dados relativos ao perfil demográfico deste segmento da população, evolução dos vínculos formais, vagas disponíveis no mercado de trabalho e o cumprimento da cota de contratação prevista em lei, dentre outras informações. 

Segundo o levantamento, entre os anos de 2020 e 2021, foram admitidas 3.652 pessoas com algum tipo de deficiência na região. A pesquisa ainda mostra que, nesses dois anos, o número de trabalhadores contratados foi maior entre aqueles com grau de escolaridade intermediário. 

Porém, de um ano para o outro, o número de desligamentos foi considerável, gerando um saldo negativo e apontando para o encerramento de vagas para este tipo de público. Do total de saldo de empregos para pessoas com deficiência e reabilitados na RMC, entre admissões e desligamentos, o estudo registrou os seguintes saldos negativos de emprego: 

– 2020: saldo negativo de 680 vagas
– 2021: saldo negativo de 152 vagas 

De acordo com o levantamento, no ano de 2020, 18 cidades da RMC registraram saldo negativo, e em 2021 16 municípios ainda permaneceram com saldo negativo. Apenas as cidades de Itatiba, Holambra, Nova Odessa e Cosmópolis apresentaram saldo positivo de emprego. 

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SETORES COM MAIOR DESEMPREGO 

Apesar dos índices de emprego na RMC serem maiores do que a média estadual, segundo dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), houve uma queda de 6,8% nos vínculos de emprego entre os anos de 2019 e 2020. 

As seis principais ocupações perderam 7,4% dos vínculos, com destaque para as atividades de serviços, escriturários, atendimento ao público e comércio. O conjunto das demais ocupações apresentou queda de 5,7%. Confira: 

– Construção civil: queda de 30,5%
– Serviços: retratação de 10,4%
– Comércio: queda de 7,4%
– Indústria: queda de 1,8%
– Agropecuária: alta de 146% 

Além disso, todos os segmentos, exceto o agrícola, apresentaram retração no nível de emprego. Os números foram organizados pelo NTPcD (Núcleo de Pesquisa sobre Mercado de Trabalho da Pessoa com Deficiência), do Cesit, a partir de dados de fontes oficiais, como RAIS, CAGED e Censo do IBGE, além de estudos acadêmicos. 

NÚMEROS POPULACIONAIS 

Segundo a pesquisa realizada, em dados estimados para 2022, existe um total de 171.668 pessoas com deficiência na RMC. As cidades de Campinas, Sumaré e Americana possuem a maior população de pessoas com deficiência da RMC. 

Os dados também apontam que a região tem 101.309 pessoas com deficiência entre 20 e 64 anos, que são potencialmente aptas ao trabalho, e 81.559 acima de 64 anos. Na faixa etária de 15 a 19 anos existem 4.572 pessoas com potencial para ingressar em programas de aprendizagem. 

“Os números demonstram que a maioria das pessoas com deficiência da RMC está em idade laboral, aptas a ingressar no mercado de trabalho, sendo boa parte dessa população composta por trabalhadores admitidos com ensino médio completo e superior. Tal realidade é uma mostra de que a maior barreira que ainda se enfrenta no mundo do trabalho é a do preconceito e da falta de informação. As PcDs são tão capazes e competentes para o trabalho como qualquer outro trabalhador”, pontuou a procuradora Danielle Olivares Corrêa. 

COTA EM EMPRESAS 

A pesquisa ainda aponta que, em 2019, 874 empresas com mais de 100 empregados estavam sediadas na RMC, localizadas principalmente em Campinas, Indaiatuba e Americana. Deste total, apenas 169 cumpriam a cota de contratação de pessoas com deficiência e reabilitadas, ou seja, 19,3% do total. 

A lei de cotas estabelece que empresas com 100 ou mais empregados devem, obrigatoriamente, preencher um percentual variável de 2% a 5% de seu quadro funcional com empregados que tenham algum tipo de deficiência ou sejam reabilitados do trabalho. 

De acordo com o estudo, os municípios com maior percentual de empresas que cumprem a cota estão em Monte Mor, Pedreira e Indaiatuba. Em contrapartida, não foi identificado o cumprimento da cota em nenhuma empresa dos municípios de Santo Antônio da Posse, Morungaba e Engenheiro Coelho. 

O levantamento também mostra que, em 2019 estavam previstas 17.837 vagas para pessoas com deficiência e reabilitados nos 20 municípios da RMC, em números absolutos, mas apenas 8.663 foram ocupadas, sobrando 9.174 vagas não ocupadas.

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Leandro Las Casas
Leandro Las Casas
Graduado pela PUC-Campinas desde 2011, atua há 14 anos no Jornalismo, área na qual cobriu sete eleições, participou de grandes coberturas e esteve a frente de podcasts e projetos de assessoria. Começou a carreira na rádio CBN Campinas, onde foi estagiário, repórter e apresentador. No acidade on Campinas, assina matérias e reportagens de todas as editorias desde 2021.
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