*Matéria atualizada às 12h34 do dia 27 de maio de 2022
A PM (Polícia Militar) relatou que houve o “uso escalonado da força” por porte dos policiais na ação realizada após uma briga generalizada na Escola Estadual Francisco Glicério, em Campinas.
O caso aconteceu na manhã de ontem (26), devido a um suposto caso de assédio denunciado por uma aluna. Um estudante foi socorrido desacordado na ocasião veja detalhes abaixo.
Em nota, a PM afirmou que compareceu ao local com apenas uma viatura de ronda escolar, inicialmente. Entretanto, ao tomar conhecimento de uma confusão generalizada, foi solicitado o apoio de outros policiais.
Após isolar o aluno denunciado pelo abuso, a corporação disse que efetuou um cordão de isolamento para a retirada do estudante menor de idade.
Em seguida, a PM afirmou que “um outro adolescente, após rompimento da barreira policial, foi imobilizado pelos policiais, todos eles com câmeras policiais operacionais”.
Segundo a nota policial, “o uso escalonado de força resultou em lesões leves nos policias e no aluno, sendo todos socorridos ao Pronto-Socorro do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti”.
Apesar das lesões sofridas pelos policiais, a corporação informou que foi instaurado um procedimento para apurar a conduta dos agentes.
ALUNO DESACORDADO
Em imagens registradas no momento da confusão é possível visualizar que um dos alunos está desacordado no chão. De acordo com os estudantes, os policiais reagiram com golpes de cassetete até o rapaz perder a consciência.
De acordo com a secretaria Municipal de Saúde, o estudante foi encaminhado para o Hospital Dr. Mário Gatti, sendo submetido a uma avaliação médica e liberado em seguida.
Devido ao fato do aluno ser menor de idade, a pasta informou que não seria possível passar detalhes do diagnóstico médico do paciente.
PROTESTO
Os alunos saíram da escola durante a manhã desta sexta-feira, caminharam pelas vias do Centro e foram até a Prefeitura de Campinas. Em vídeos é possível ver o grupo caminhando pelas vias ao lado de carros.
Com cartazes, os estudantes protestavam contra assédio sexual e violência policial. “Queremos aula, e não assédio”, dizia um dos cartazes. Em outro, um estudante questionou: “Quem nos protege da polícia?”.
TRANSFERÊNCIA DE UNIDADE
Hoje, a secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que o aluno envolvido no suposto caso de assédio na escola será transferido da unidade.
De acordo com a pasta, a equipe gestora da escola realizou durante a manhã uma reunião com pais e responsáveis pelos alunos para informar sobre as providências tomadas.
Nesta reunião, os responsáveis pelo aluno fizeram o pedido pela transferência de escola, que foi atendido. Sobre o protesto, a escola se colocou à disposição para mais esclarecimentos se necessário.
Além disso, as aulas no período da tarde seguem normalmente, explicou a secretaria em nota oficial.
AÇÃO
Segundo apuração da reportagem da EPTV Campinas, afiliada Globo, um grupo de pais fará na manhã de hoje uma reunião com a direção da escola. De acordo com uma mãe entrevistada, cerca de dez pais concordaram em entrar com uma ação contra a Polícia Militar.
A CONFUSÃO
Uma briga generalizada na Escola Estadual Francisco Glicério terminou com um aluno sendo socorrido desacordado, na manhã desta quinta-feira (26), na região central de Campinas.
De acordo com relatos de testemunhas, a confusão teria começado após uma jovem ser assediada por outro aluno.
À reportagem, as testemunhas afirmaram que a direção da escola foi informada sobre o caso, mas nada foi feito. Com isso, colegas da vítima teriam se indignado com a situação e foram atrás do rapaz suspeito do assédio.
“Ela foi buscar retorno na direção, ninguém ajudou em nada, aí juntou todo mundo da escola. O menino ficou lá no refeitório, todo mundo juntou na porta para querer bater nele”, disse uma aluna.
Devido à briga, a Polícia Militar precisou ser acionada e realizou uma barreira para retirar o aluno do local. Entretanto, os estudantes tentaram furar o bloqueio e teve início uma nova confusão, envolvendo alunos e os policiais – confira no vídeo abaixo.
O QUE DIZ A SECRETARIA
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou por meio de nota que repudia todo e qualquer tipo de violência dentro e fora das escolas.
“O desentendimento inicial entre dois estudantes foi mediado pela direção da unidade, com a presença do responsável pela aluna. Houve entendimento entre as partes e os dois estudantes voltaram normalmente para as aulas. Na hora do intervalo, porém, outros estudantes se envolveram e um conflito generalizado teve início, de forma que a gestão escolar acionou a Ronda Escolar. Dois estudantes precisaram de atendimento médico e os responsáveis foram chamados para acolhimento e esclarecimentos dos fatos”, disse a Pasta.
Segundo a secretaria, foi registrado um boletim de ocorrência e o caso será inserido na Plataforma Conviva SP – Placon, que acompanha o registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino.