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CotidianoVeneno de aranha pode ajudar a tratar câncer de mama; entenda 

Veneno de aranha pode ajudar a tratar câncer de mama; entenda 

Testado em camundongos, composto retardou a progressão de tumores; pesquisa abre espaço para novas terapias

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O veneno produzido por uma aranha que pode ser encontrada em todo o território brasileiro serviu de inspiração para uma pesquisa que busca novas formas de tratar o câncer de mama.  

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O trabalho, conduzido pela faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), avalia o potencial terapêutico de uma substância obtida a partir da Phoneutria nigriventer, conhecida como aranha-armadeira.  

Os resultados preliminares sugerem que os compostos do veneno, quando combinados com quimioterápicos convencionais, retardaram a progressão de tumores e melhoraram o bem estar de camundongos fêmeas. (entenda mais abaixo como o veneno pode ajudar a tratar a doença). 

O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), apenas em 2021, 18.139 mulheres vieram a óbito no país e estima-se a incidência de 73.601 mil casos este ano no Brasil.

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Além disso, dados do instituto apontam que o Brasil pode ter cerca de 73.610 novos casos de câncer de mama entre 2023 e 2025, sendo esse o câncer de maior incidência em mulheres depois do câncer de pele.  

Início da investigação 

A análise faz parte da pesquisa de doutorado de Ingrid Trevisan, e os testes foram conduzidos no Latera (Laboratório de Terapias Avançadas), coordenado pela professora Catarina Rapôso, orientadora de Trevisan. 

A cientista alega que o veneno da aranha-armadeira se destaca por atuar no sistema nervoso das presas, especialmente nas células astrócitos. Nas presas, isso causa efeitos neurotóxicos, como convulsões. O próximo passo foi analisar a ação do composto em células cancerígenas formadas em gliomas

“Gliomas são tumores do sistema nervoso central que se originam, principalmente, nos astrócitos. Como o veneno tem efeito muito seletivo em astrócitos, pensei nessa possibilidade de aplicação”, explica Ingrid.

Após conseguir resultado positivo nos primeiros testes, ela conduziu a pesquisa com outras células tumorais, desta vez caninas, tais como o mastocitoma, o linfoma cutâneo, os carcinomas de bexiga e os carcinomas de mama. Os resultados também foram satisfatórios nos quatro casos. 

Como o veneno da aranha-armadeira pode ajudar a tratar o câncer de mama? 

A pesquisa identificou duas moléculas no veneno com potencial terapêutico: uma que ataca diretamente células tumorais, retardando o processo de metástase (quando células cancerosas se soltam do tumor original, vão para outras partes do corpo e formam novos tumores), e outra que modula o sistema imunológico.   

Catarina Rapôso afirma que são processos que podem ajudar a tratar o câncer de mama, já que estimulam resposta imune mais equilibrada. Foi então que camundongos fêmeas portando tumor experimental, isto é, produzido em laboratório, receberam a segunda molécula como parte do teste. 

Três testes foram administrados no total: com a molécula isolada, com ela combinada a um quimioterápico convencional e apenas com o quimioterápico

Os dois primeiros testes puderam gerar redução em torno de 30% nos tumores. No caso do combinado, os tumores mostraram-se mais receptivos à resposta imune do organismo, além de ter sido registrada melhora no bem-estar dos animais. 

“Vimos que elas [os camundongos fêmeas] ficavam muito mais dispostas, comiam mais e não sofriam com a toxicidade da quimioterapia convencional”, detalha Trevisan. 

Para a realização dos testes, as pesquisadoras contaram com diversas parcerias, entre elas com o IB (Instituto de Biologia) da Unicamp, a Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, em São Paulo, a Universidade São Francisco, em Bragança Paulista, e uma clínica de oncologia veterinária de Campinas. 

Novas formas de tratamento para o câncer de mama 

Após a produção de uma molécula sintetizada em laboratório, o próximo passo da pesquisa será testar os seus efeitos. Nessa nova fase, a sobrevida dos animais após o tratamento será analisada

A doutoranda explica que, dependendo dos resultados que obtiverem, os compostos serão testados em animais em clínicas veterinárias parceiras. A ideia consiste em tratar cadelas com câncer de mama, em uma etapa que pode abrir caminhos para futuros testes clínicos

Se tivermos uma resposta positiva, teremos uma evidência do potencial da sua aplicação em seres humanos”, concluiu a pesquisadora. 

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