Um levantamento da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) indicou que fazer compras nos mercados do interior de São Paulo está mais caro que em outras regiões do país.
Segundo o levantamento, o valor médio gasto no mercado por uma família que mora no interior paulista, no mês de setembro, foi de R$ 694,22. Já a média nacional foi de R$ 684,99, no mesmo período. Uma diferença de R$ 9,23.
Os meses de julho e agosto também ficaram com preços acima. No interior paulista, a média foi de R$ 673,82 e R$686,44, respectivamente. Enquanto o resultado nacional ficou em R$ 668,55 e R$ 675,73.
Com isso, os mercados da região registraram compras mais caras nos três meses avaliados. O levantamento levou em consideração 35 produtos mais consumidos pelas famílias.
PRODUTOS COM MAIOR AUMENTO
Entre os produtos que mais tiveram aumento de preço, nos últimos dois meses, outubro e setembro, foram: café, açúcar, tomate, ovo, frango, detergente e desinfetante.
Segundo a Abras, há um esforço de negociação com os fornecedores em busca de melhores condições para o consumidor. Mas, no momento, a orientação para economizar é pesquisar o máximo possível entre cada supermercado.
DOAÇÕES
Com o aumento de preços, as instituições que sobrevivem de doações também estão passando por um período de baixas no recolhimento e compartilhamento.
Segundo o projeto “Há esperança”, que atende famílias carentes e moradores de rua, no Parque Oziel e Campo Belo, em Campinas, as doações nos últimos meses estão chegando apenas uma vez por mês. Antes, essa frequência era praticamente diária.
O coordenador do projeto, Robson Teixeira Gondim, disse que já não consegue ter uma programação sólida, e não há mais explicações para as pessoas que necessitam dessa doação.
Ele teme que, em dezembro, as empresas parem efetivamente de realizarem as doações e, com isso, a fila de pessoas sem alimentos só aumentará.
MERCADO MUNICIPAL
Por conta do cenário, algumas pessoas tem buscado fazer compras no Mercado Municipal de Campinas, conhecido como Mercadão. A diarista Beatriz Cabral conta que faz meses que tem comprado carne apenas no local, para tentar economizar.
“Dá pra economizar muito mais, até R$ 50. Depende também da carne que você vai comprar. Eu gosto mais de frango”, disse.
No box do Edson Shimabukuro, o movimento também aumentou. Ele afirmou que a mudança ocorreu há cerca de dois meses e que, em alguns itens, o preço caiu. O quilo do pimentão no mercado está R$ 50, enquanto o comerciante está vendendo por R$ 20.
“Faz uns dois meses, mais ou menos, que estamos sentindo que aumentaram nossa vidas. Isso porquê nossos preços caíram. E o pessoal dá preferência para nós”. (Com informações da EPTV Campinas)
